2A comunicação orientada pela via oral é permeada de vários fatores que podem levar a erros. Isso acontece por conta da complexidade, em termos de linguagem, a que todos os idiomas estão submetidos. Estamos mais que acostumados a falar equivocadamente e justificar tais falhas pelo fato de ser uma comunicação oral.

As variações linguísticas são um dos aspectos que favorece a existência dos erros orais. É quando o falante está propício a vários tipos de influências, sejam as históricas, culturais ou sociais. Tal influência vai alterar o modo como nos comunicamos e portanto apresentar algumas singularidades. Nesse contexto, como contextualizar o que é certo e errado?

Entretanto, em que pese o fato de já sabermos que os erros devem ser evitados, especialmente na modalidade escrita, acaba que cometemos as falhas em grande parte por conta dos hábitos em relação ao discurso. E, venhamos e convenhamos, não são erros muito legais de serem digeridos.

Cacoetes de linguagem

1Um dos erros que causa verdadeiro pânico aos ouvidos é o cacoete de linguagem. Ocorre frequentemente e trata-se daquelas manias de linguagem que acabamos incorporando sem perceber. Também chamado de vício de linguagem, não apresenta valores linguísticos, pois costuma ser vazios em termos de significado. E agora, vamos conhecer alguns dos cacoetes? Confira: “tipo assim”, “meio que”, “tipo” e “cara”.

Você se identificou com algum dos termos? Já percebeu que com o constante uso de tais expressões fica até difícil desenvolver bem uma conversa? Caso tenha se encontrado em algum exemplo, observe o grau de dificuldade que está impondo ao seu interlocutor, pois o diálogo começa a ficar até mesmo irritante. O ideal, para combater, é sempre observar se o termo usado tem alguma função na oração. Se ele estiver sobrando, pode ficar esperto que trata-se de um cacoete.

O cacoete é uma forma de impor certas muletas ao idioma. De alguma maneira, surgem de forma passageira e acabam se estabelecendo como modismos. Mas, em alguns indivíduos, passam a ficar cristalizados e atuam como inimigos traiçoeiros da boa fala. De tão íntimos do falante, saem de forma automática. De acordo com os especialistas, o cacoete não pode ser considerado neologismo justamente por aparecer de forma descontextualizada e sem quaisquer funções nas frases.

Por outro lado, também há aquelas pessoas que gostam de criar uma verdadeira marca pessoal com esses cacoetes. É uma forma de enfeitar o jeito de falar, mas que nada mais é do que um jogo na comunicação.

Há fatores que existem no espaço extra da linguagem e que devem ser considerados como modalidades orais. Afinal de contas, o uso da língua de forma correta permite as mais diversas formas de comunicação que são extremamente importantes para as interações sociais. Outro aspecto importante diz respeito ao interlocutor saber diferenciar o uso da linguagem formal e informal e quando elementos extras devem ser usados em cada caso.E então, vai continuar usando o cacoete?