1O texto, de forma literal, representa tecidos verbais estruturados de uma maneira que o corpo de ideias permanecerá coerente, uno, coeso. Uso a alegoria dos tecidos para que fique claro que um texto não pode ser um conjunto de feixes de fios que se relacionam. Não. Precisa ser mais que isso.

Cada parte do texto deve ter relação, manifestar um direcionamento que seja único. O fragmento de palavras que trata de várias temáticas não pode ser chamado de texto. Vai faltar coerência, as contradições nas ideias ficarão visíveis. Se o que compõe a frase não estiver coeso para que se passe de uma ideia à outra, não conseguiremos concluir o texto.

O autor de cada texto precisa ter tais noções, para que imprima qualidade ao que escreve, para que consiga interagir com o leitor, para que cumpra a competência de escritor. A formação de um texto exige habilidades que vão desde a compreensão dos códigos, da boa prática da gramática, até a combinação dos valores simbólicos e de signos do mundo das palavras. É essa confluência de habilidades que permitirá a existência de um bom texto.

Resumo:

E o contexto?

2O contexto representa o conjunto de informações que vai acompanhar o texto. Compreender o contexto vai influenciar na qualidade final do que foi produzido. Não basta apenas passar os olhos pelo texto, mas compreender em  qual contexto ele se enquadra, em que realidade e cenário ele foi construído.

Duas dimensões apontam o contexto: superfície e profundidade. Superficialmente, temos os enunciados. Já em termos de profundidade, observaremos a semântica, a relação sintática e similares. O leitor aprofunda a compreensão de cada oração. Mas, também, tenta entender qual visão de mundo domina o indivíduo que redigiu tal texto. Os contextos, nesse caso, podem ser situacionais ou imediatos. O primeiro, composto por elementos externos ao texto. O segundo, formado por referências, por elementos que chegam antes ou depois daquele conjunto de tecidos.

Cada escritor vai ter bagagem histórica, geográfica e sociológica e mesmo literária antes de parir suas próprias palavras e compreensão do mundo por meio de um texto. Ou seja, cada escritor vem de um contexto.