2Imagine a necessidade de transmitir uma imagem, um local, a descrição de uma obra de arte a alguém. Para tal fim, usamos a linguagem descritiva.

Quando se descreve, também é possível que utilizemos as linguagens não verbais: pintura, foto. Ou pela oralidade e escrita. Ao redigir um texto descritivo, devemos apresentar aos leitores todo o cenário, os objetos ali existentes. É o nosso olhar, nosso ponto de vista. Dessa forma, a imagem será criada a partir do ponto de vista do que descreve.

Os sentidos devem ser bem utilizados pelo autor do texto. Para que a realidade captada sejam bem transportada ao leitor. É necessário dominar bem a língua escrita, entender a finalidade do que se propõe escrever.

Elementos básicos do texto descritivo

1Identificar aquilo que se pretende descrever
Situar os objetos, os locais, o tempo
Qualificar bem os elementos e julgá-los.

A descrição pode ser objetiva. Neste caso, o objeto e os ambientes são retratados fielmente. Já a subjetiva, permite que o escritor também se envolva emocionalmente e imprimas suas questões pessoais ao objeto.

Em termos gramaticais, a descrição é marcada por versos de ligação. O predicado nominal e as frases são constantes. O pretérito imperfeito do indicativo e os verbos no presente são predominantes, além dos adjetivos.

É importante destacar que os textos descritivos acabam fazendo parte das narrações e dissertações.

Veja os exemplos a seguir:

Prima Julieta – Murilo Mendes

Prima Julieta, jovem viúva, aparecia de vez em quando na casa de meus pais ou na de minhas tias. O marido, que lhe deixara uma fortuna substancial, pertencia ao ramo rico da família Monteiro de Barros. Nós éramos do ramo pobre. Prima Julieta possuía uma casa no Rio e outra em Juiz de Fora. Morava em companhia de uma filha adotiva. E já fora três vezes à Europa.

Prima Julieta irradiava um fascínio singular. Era a feminilidade em pessoa. Quando a conheci, sendo ainda garoto e já sensibilíssimo ao charme feminino, teria ela uns trinta ou trinta e dois anos de idade.

Apenas pelo seu andar percebia-se que era uma deusa, diz Virgílio de outra mulher. Prima Julieta caminhava em ritmo lento, agitando a cabeça para trás, remando os belos braços brancos. A cabeleira loura incluía reflexos metálicos. Ancas poderosas. Os olhos de um verde azulado borboleteavam. A voz rouca e ácida, em dois planos; voz de pessoa da alta sociedade. Uma vez descobri admirado sua nuca, que naquele tempo chamavam de cangote, nome expressivo: pressupõe jugo e domínio. No caso somos nós, homens, a sofrer a canga. Descobri por intuição a beleza do cangote e do pescoço feminino, não querendo com isto dizer que subestimava outras regiões do universo.

MENDES, Murilo. A idade do serrote. Rio de Janeiro, Sabiá, 1968. p. 88-9.

“A bolacha-da-praia,
a estrela-do-mar e o
ouriço-do-mar são parentes.
A estrela-do-mar é carnívora. Com seus “pés”, ela abre as conchas e se alimenta delas. Depois, ela permanece
até dez dias em jejum.
A bolacha e a estrela ficam semi-enterradas no fundo
do mar; o ouriço é achado
em rochas.”

(Folhinha de S. Paulo, 23/01/99)