Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes, nasceu na Fazenda Pombal, no Estado de Minas Gerais, na data de 12 de novembro de 1746. Virou mito ao morrer como mártir no movimento conhecido como Inconfidência Mineira, em 21 de abril de 1792, com a idade de 46 anos. Por essa razão, o feriado nacional de Tiradentes é comemorado no dia 21 de abril. Essa personalidade também é o patrono das Polícias Militares e patrono cívico do Brasil.

Joaquim foi comerciante, militar, minerador, tropeiro, dentista – profissão que deu-lhe o histórico apelido -, além de, evidentemente, ativista político. Sua importante atuação, foi fundamental para as capitanias de Minas Gerais e do Rio de Janeiro.

Era o quarto filho, de um total de 9, do casal Domingos da Silva Xavier e Maria Paula da Encarnação Xavier. Com a morte da mãe, quando tinha 9 anos, foi morar com seu pai e seus irmãos, em uma casa localizada na Vila de Santo Antônio. Em 1758, seu pai morre e a família, ao mesmo tempo, perde todas as propriedades, para saldar as dívidas contraídas por seu pai. o pequeno Joaquim, então, ficou sendo cuidado e educado por um primo, dentista de profissão. Com isso, o jovem acaba aprendendo também o ofício. Trabalhou também como farmacêutico e sócio em uma botica, para atender aos humildes da região de Vila Rica.

Já no ano de 1780, fez seu alistamento nas tropas da Capitania de Minas Gerais e, em 1781, tornou-se comandante de um destacamento, chamado Dragões. Sua área de patrulhamento era o “Caminho Novo”, uma ferrovia por onde escoava toda a produção de minérios da região, no trajeto entre Minas e Rio. Com o processo de observação da exploração do minério, Joaquim começa a se incomodar e criticar abertamente a exploração desses recursos do Brasil, que era feita sob ordens da metrópole. Essas manifestações de desagravo foram ouvidas por outras pessoas, igualmente descontentes, que se uniram. Solicitou dispensa do patrulhamento, em 1787, pelo fato de não ter alcançado sua esperada promoção.

Tiradentes

Foi para o Rio de Janeiro, onde ficou morando um ano. Fez, na cidade, uma série de importantes projetos políticos, embora jamais tivesse recebido autorização para realizar qualquer uma de suas propostas de obras. Começou a nutrir um crescente desejo por ver o país libertado do jugo da metrópole e, ao retornar para Vila Rica, faz com que suas ideias tomem um vulto mais forte entre as pessoas, agitando e incitando-as a buscar a independência da província. O movimento político no qual Joaquim se envolve, inclui importantes nomes como: Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, além de José de Alvarenga Peixoto; todos fazendo parte da elite mineira.  A independência dos Estados Unidos fez com que o rastilho de pólvora de acendesse e os ânimos ficaram, definitivamente, alvoroçados.

Uma conspiração, nesse momento, começa a tomar corpo em Minas Gerais. As “gotas d’água” foram as decisões do rei de Portugal, Dom João V, de cobrar, primeiro, o imposto, popularmente conhecido como “Quinto” – consistia na cobrança da quinta parte do que fosse conseguido pelos mineradores –; depois, decretar a “Derrama”, que obrigaria o pagamento dos impostos, sob pena de prisão de quem sonegasse, recusando-se a pagar. Com isso, a mobilização, que ganhava cada vez maior força, tinha por objetivo fazer com que o país ficasse que independente e se tornasse republicano. O que impediu que os planos de Tiradentes e seus companheiros tornassem-se reais foi a delação, por Joaquim Silvério dos Reis, às autoridades da coroa, no mês de março de 1789.

Preso no Rio, Tiradentes e os outros inconfidentes foram julgados por longos três anos, até que saiu a sentença, que determinou a morte de um grupo e outros deveriam ser degredados. Entretanto, D. Maria I determina que a sentença fosse revogada e apenas Tiradentes fosse morto.  Em 1792, bem no Largo da Lampadosa no Rio, Tiradentes foi morto por enforcamento e posteriormente esquartejado, tendo seus despojos sido expostos ao público, para servir de exemplo à população, sobre o que ocorreria com os traidores da coroa.