Sexto rei de Roma (510-509 a. C.) e segundo de descendência etrusca, sucessor de Tarquínio Prisco, o Antigo, que promoveu reformas sociais populares, especialmente para proteção dos plebeus. Durante esse período a sociedade romana encontrava-se dividida em patrícios e plebeus. Os patrícios pertenciam à camada superior da sociedade, e os plebeus, à camada inferior.

Com a conquista etrusca de Roma e ao longo do governo dos três últimos reis etruscos, a desigualdade de ordem social entre patrícios e plebeus tendeu a se aprofundar. O segundo rei etrusco (514-510 a. C.), levantou a primeira muralha da cidade e proclamou as primeiras e diversas reformas sociais que favoreceram os plebeus. Ele criou várias gentes, promovendo famílias plebéias à condição de nobres, organizou assembléias militares, os comícios centuriatos, e estimulou o comércio e o artesanato visando fortalecer economicamente os plebeus.

Morreu em Roma e essas medidas, que a tradição lhe atribuiu, ficaram conhecidas como reformas servianas. O objetivo do rei, entretanto, não era propriamente beneficiar os plebeus, mas fortalecer o poder monárquico. A criação de uma classe plebéia vigorosa tinha por fim a neutralização do poder dos patrícios, ou seja, algo semelhante ao pretendido pelos tiranos, como Pisístrato, na Grécia. Mas em Roma essa política de dar aos plebeus os meios para sua expressão política não teve o mesmo efeito e seu sucessor não conseguiu manter a monarquia e foi derrotado (509 a. C.) por uma revolta popular comandada por Lúcio Júnio Bruto (550-500 a. C.), apoiada pelos patrícios desejosos de manter seus privilégios contra sua política “popular” iniciada pelo antecessor, e foi morto pelos latinos.