Heloísa Helena, divorciada e mãe de dois filhos, nasceu no dia 06 de junho de 1962, na pequena cidade de Pão de Açúcar, município de 28 mil habitantes, localizado em pleno sertão alagoano, às margens do Rio São Francisco.

Heloísa Helena conviveu em sua infância com sérios problemas de saúde. Devido à sua fragilidade, a mãe Helena fez a promessa de não cortar seus cabelos até os sete anos. O visual de cabelos compridos e rabo de cavalo terminou incorporado na vida adulta. O pai Luiz, que era fiscal de renda, morreu quando Heloísa tinha apenas dois meses de idade. Se com a mãe aprendeu a costurar, o que até hoje faz – aliás, costuma usar as blusas que produz –, com o escritor Graciliano Ramos conheceu historicamente a luta dos sertanejos contra as injustiças sociais e terminou incorporando-as como sua.

Heloísa Helena é formada em Enfermagem e professora do Centro de Saúde da Universidade Federal de Alagoas, na cadeira de Epidemiologia, licenciada sem vencimentos desde que assumiu cargos políticos, no início da década de 90.

Heloísa Helena iniciou sua atividade política no movimento estudantil durante o regime militar. Depois, passou a fazer parte dos Movimentos Docentes e Sindicais. A senadora tem forte ligação com os movimentos sindical, popular, rural e indigenista.

Em 1992 foi eleita vice-prefeita, aos 30 anos, pela coligação PSB/PT numa expressiva vitória das forças progressistas estaduais, e que significou o primeiro grande revés das oligarquias alagoanas nas estruturas políticas da Prefeitura Municipal de Maceió. A candidata tinha como base os direitos do povo, como saúde e educação.

Em 1994, com expressiva votação na Capital (Maceió) e no interior do Estado de Alagoas, conquistou uma cadeira na Assembléia Legislativa do Estado de Alagoas.

Como representante do Movimento Popular e Democrático, procurou incorporar ao Legislativo os interesses populares, provocando e estimulando discussões diretas das problemáticas da Saúde, Educação e Reforma Agrária dentre outras.

Sua permanente preocupação com a luta de massas distinguiu-a como mediadora em diferentes conflitos, nas mais diferentes instâncias, e que a levaram a enfrentar inclusive as forças repressivas e policiais do Estado.

Nesse campo destacam-se o apoio aos Movimentos dos Sem Terra e dos Sem Teto; a invasão ao Palácio dos Martírios, sede do Governo do Estado de Alagoas ao lado do funcionalismo público estadual; a tomada da Assembléia Legislativa por 18 dias; e por fim, o histórico dia 17 de julho de 1997 , que culminou com a derrubada do governo Divaldo Suruagy.

Por sua ligação com os movimentos sindical, popular, rural e indigenista, Heloísa Helena sempre combateu a violência e a impunidade. Participou da CPI do Crime Organizado em Alagoas, denunciando e enfrentando as organizações criminosas dentro do aparato de segurança pública.

Na Comissão Especial requereu a presença dos representantes da segurança pública no Legislativo para esclarecer a crescente onda de violência e violação dos direitos humanos em Alagoas.

Como defensora da extinção da imunidade política de governadores e parlamentares, em casos de envolvimento com ilícitos previstos no Código Penal, apresentou proposta ao Legislativo alagoano para regulamentar a questão.

Heloísa Helena, que procura qualificar o debate político-institucional na defesa dos interesses coletivos, da lisura e da ética públicas, confrontou-se, em nível estadual, com a relação entre a máquina do Estado e as oligarquias falidas, denunciando as distorções e irregularidades responsáveis pela crise financeira que atingiu Alagoas.

Em 1998, nas eleições de outubro, Heloísa Helena foi eleita, pelo Partido dos Trabalhadores, a primeira senadora por Alagoas, com um total de 374.931 votos (55,92% dos votos para a vaga no Senado Federal). A diferença entre a votação de Heloísa Helena e seu principal opositor foi de 127.579 votos. Até então era tida como petista de carterinha.

Em 1999, no primeiro ano de seu mandato no Senado Federal, destacou-se pela forma com que combateu a política neoliberal de Fernando Henrique Cardoso – com o desmantelamento das políticas sociais, do Estado e da economia nacional, que produziu o mais amplo processo de exclusão social já visto no Brasil, levando desespero a milhares de trabalhadores brasileiros.

Sua presença marcante nos debates do plenário do Senado Federal e do Congresso Nacional, na Comissão de Assuntos Sociais do Senado – da qual foi vice-presidente – nas reuniões das Comissões de Constituição, Justiça e Cidadania; de Assuntos Econômicos; de Serviços de Infra-Estrutura e da Comissão de Fiscalização e Controle, bem como no Conselho de Ética do Senado, do qual foi titular, lhe credenciou para ser eleita líder partidária e do bloco de oposição no Senado para o ano 2000.

Integrou ainda, como titular, as Subcomissões Permanentes do Idoso e de Casos de Exploração do Trabalho e Prostituição Infanto-Juvenis, a Comissão Especial do Rio São Francisco e a Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização.

Por questões de divergências públicas em torno da política econômica do governo Lula foi expulsa do partido do PT em dezembro de 2003 junto com os deputados federais João Batista “Babá” e Luciana Genro.

Percorreu o Brasil ajudando a recolher nas ruas 500 mil assinaturas de cidadãos e cidadãs, necessárias para legalizar o Partido Socialismo e Liberdade (P-SOL). Em 2004, no dia 06 de junho, conseguiu fundar o P-SOL, estando à frente da liderança do partido no Senado Federal.

Atuou como titular da Comissão Especial do Ano Internacional da Mulher Latino-Americana e como suplente da Comissão Especial Sobre a Corrupção no Estado de Rondônia.

No mês de junho de 2005 foi escolhida para integrar, como titular, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre a corrupção nos Correios.

Em agosto de 2005 foi agraciada, pelo Governo do Estado de Alagoas, com a Medalha Marechal Floriano Peixoto.

Em 20 de setembro de 2005 recebeu a Medalha de Mérito Pedro Ernesto, concedida pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

Em novembro de 2005, em eleição livre promovida pela revista Forbes Brasil, foi eleita como a mulher mais influente na política e no legislativo Brasileiro. Em dezembro os por profissionais de comunicação, agência de publicidade e leitores da Revista Isto É Gente elegeram Heloísa Helena como Personalidade do ano de 2005.