1Para a norma culta, as formas “Ter de” ou “ter que” podem sempre ser usados. O que se observa em vários dicionários é que as duas expressões acabam possuindo o mesmo significado. Nesse caso, trata-se de uma forma sinônima. Quer dizer que o indivíduo tem a obrigação de fazer algo ou tem necessidade de fazer algo. O falante, nesse sentido, pode optar pela forma que mais lhe convier. As duas formas são usadas e bem aceitas na língua portuguesa.

Para diferenciar o uso e deixar mais claro, há uma divisão que aponta:

Tenho de: usada quando o falante quer imprimir sentido de necessidade, desejo, interesse e obrigatoriedade.

O Fluminense terá de vencer todos os líderes do G4.
Temos de iniciar a reforma ainda hoje.
Eu tenho de ir ao cabeleireiro, pois não corto os cabelos há cinco meses.
A palestrante teve de ouvir todas as intervenções.

Tem que: para expressar possibilidades.

Multiple question marks on paper

Dúvidas de português

Será que tenho que me casar de forma judicial?
Pode ser que tenhamos mais amigos no sul do país.
Quando eu tenho que preencher as faturas?

Apesar de um pouco livre quanto ao uso, as duas expressões também passam por controvérsias. Mesmo sendo equivalentes, alguns gramáticos alertam que houve uma regra geral para significá-las. Há, porém, alguns gramáticos que acreditam haver diferenças entre as duas. “O tenho que” geralmente está sendo mais usado quando vai se referir a alguma coisa que está para ser feita, com o acompanhamento do advérbio.

Tenho muito que trabalhar até o final do mês.

Teria algo que almoçar se você não tivesse sido tão guloso.

Portanto, para diferenciar os dois termos, há quem defenda uma estruturação com o verbo ter + verbo no infinitivo. Assim, se privilegia o termo “ter de”, que vem antes da expressão ter que e é vista como mais culta. Confira os exemplos a seguir.

Você tem de entender esse autor de forma completa até amanhã.
Tenho de ir embora neste momento.