Um estudo publicado pelo The Lancet revela as regiões do mundo onde a desconfiança em relação a eficácia das vacinas está caindo e suas principais características. A pesquisa foi feita com base nos relatos de 284 mil pessoas em 149 países diferentes e que foi coletado entre os anos de 2015 e 2019.

Pessoas tendem a desconfiar de vacinas em países instáveis e com movimentos radicais

Foram cruzadas diversas informações, tais como a opinião que as pessoas têm das vacinas, bem como dados demográficos e fatores socioeconômicos. O estudo acabou identificando que existem muitos fatores puramente culturais que acabam afetando as questões de confiança das vacinas, mas também questões políticas.

A pesquisa indica que as pessoas estão questionando cada vez mais as vacinas em países que estão passando por instabilidades políticas ou por algum tipo de movimento extremista religioso. Na Coreia do Sul, por exemplo, foi identificado um movimento crescente, especialmente na internet, para que os pais comecem a educar os seus filhos sem a utilização de medicamentos, como as vacinas.

A Indonésia foi um dos países que mais demonstrou perda de confiança nas vacinas entre os anos de 2015 e 2019, caindo de 64% para 50%. Os autores dizem que atitudes negativas podem ter sido parcialmente desencadeadas por líderes muçulmanos que questionaram a segurança da vacina contra sarampo, caxumba e rubéola (MMR), pois ela contém ingredientes derivados de porcos.

Pessoas tendem a desconfiar de vacinas em países instáveis e com movimentos radicais

Nas Filipinas, a queda na confiança nas vacinas acabou aumentando consideravelmente depois que diversos problemas foram identificados em uma vacina específica, feita para combater a dengue. Com isso, as pessoas simplesmente deixaram de tomar vacinas para todas as outras doenças.

No ano de 2019, os países que apresentaram as proporções mais baixas de confiança em relação as vacinas foram Hong Kong, Rússia e Albânia. Já as que apresentaram melhores percepções em relação a confiança entre os entrevistados foram Iraque, Libéria e Senegal.