1A Guerra do Paraguai, a Campanha Abolicionista, a Crise do Segundo Reinado e os ideias republicanos, galvanizaram a inteligência brasileira, na década de 1860/70, beneficiando assim o aparecimento de uma modalidade da poesia pública ou social. A terceira geração romântica é marcada pela presença da poesia libertária. A influência chegou, principalmente, a partir de obras com cunho político-social organizadas pelo escritor e poeta francês Victor Hugo.

Chamada de geração condoeira ou “hugoana”. Uma ave simbolizou os escritores dessa geração. O condor é um pássaro que mora no alto das cordilheiras dos Andes. Ele é quem representava a liberdade dos escritores românticos. Combativa, a poesia desse período pregava a importância da denúncia, condenava a escravidão, falava dos desníveis econômicos do Brasil. Os representantes da terceira geração enxergavam que a poesia social trazia humanidade, levantava os ideais de igualdade, liberdade e justiça.

Os principais autores são Castro Alves e Sousândrade.

Aos estudantes voluntários
(Recitativo/Castro Alves)

O CÉU é alma… O relâmpago
É uma idéia de luz,
Que pelo crânio do espaço
Perpassa, brilha e reluz…
Depois o trovão — é o verbo.
Segue-o o raio — gládio acerbo,
Que se desdobra soberbo
Pelos páramos azuis.

Ação e idéia — são gêmeos,
Quem as pudera apartar?…
O fato — é a vaga agitada
Do pensamento — que é o mar…
Cisma o oceano curvado,
Mas da procela vibrado,
Solta as crinas indomado,
Parece o espaço escalar.

Assim sois vós!… Nem se pense
Que o livro enfraquece a mão.
Troca-se a pena com o sabre,
Ontem — Numa… Hoje — Catão…
É o mesmo… Se a pena é espada
Por mão de Homero vibrada,
Com o gládio — epopéia ousada
Traça mundos — Napoleão…

Que importa os raios trovejem
Nas florestas do existir
Parti, pois! Homens do livro!
Podeis ousados partir!
Pois sereis. . ., vindo com glória,
Ou morrendo na vitória…
Homens do livro da História
Dessa Bíblia do porvir!