2. A Literatura

Em 1930 percebe-se uma transformação do Modernismo brasileiro, que a partir daí entra em uma nova fase.

Cronologia

Duração – 1930 a 1945.

Primeira obra – Alguma Poesia.

Primeiro autor – Carlos Drummond de Andrade.

Características

a) Amadurecimento e solidificação da poesia modernista.

b) Mistura do verso livre com formas tradicionais de compor poemas.

c) Mistura da temática cotidiana com temática histórico-social.

d) Revalorização da poesia simbolista. 

Autores Principais:

Carlos Drummond De Andrade: Recriava em seus versos as vivências cotidianas, numa tonalidade simultaneamente lírica e humorística. O poema Mãos Dadas constitui uma espécie de profissão de fé de Drummond. Nele, o poeta reafirma seu compromisso com o tempo presente e com a solidariedade. Suas principais obras são – Alguma Poesia, (poesia, 1930), Sentimento do Mundo (poesia, 1940), Confissões de Minas (poesia, 1944), A Rosa do Povo (poesia, 1945), Contos de Aprendiz (contos, 1951), A Paixão Medida (poesia, 1980), Amar se aprende amando (poesia, 1985).

Cecília Meireles: A década de 20 foi uma época de revolução na Literatura Brasileira, mas o trabalho de Cecília, naquele período, mostra pouca afinidade com as tendências nacionalistas então em voga, ou com o verso livre e a linguagem coloquial. Suas principais obras são: Viagem (poesia, 1939), Vaga música (poesia, 1942), Mar absoluto (poesia, 1945), Doze Noturnos da Holanda (poesia, 1952), Romanceiro da Inconfidência (poesia, 1956).

Murilo Mendes: Na casa do amigo Ismael Neri (RJ), trava relações com Graça Aranha, Mário e Oswald de Andrade, chefes da revolução modernista. Suas principais obras são – Poesias (1930), História do Brasil (1932), Tempo e Eternidade (1935), A poesia em Pânico (1941), As Metamorfoses (1941), Poesia e Liberdade (1947).

Jorge de Lima: Sua poesia vincula-se à segunda geração do Modernismo. Sua poética contempla desde o soneto, com versos alexandrinos, até o verso livre. Seus temas preferidos são cenas da infância e motivos regionais. Suas principais obras são – O Mundo do Menino Impossível (1925), Novos Poemas (1930), Tempo e Eternidade (1935), A Túnica Inconsútil (1938), Poemas Negros (1947).

Vinicius de Moraes: Pertence à segunda geração do Modernismo. Soube dosar o sucesso na poesia (tem vários sonetos antológicos), na música (Garota de Ipanema é a música brasileira mais executada no mundo) e na crônica. Suas principais obras são – Forma e Exegese (1935), Ariana, a Mulher (1936), Novos Poemas (1938), Livro de Sonetos (1957).

Em 1930 a ficção brasileira também está iniciando uma nova fase, e juntamente com as mudanças políticas e sociais do Brasil, a prosa passa a percorrer novos rumos. 

Prosadores da Segunda Fase:

Cronologia

Duração – 1930 a 1945.

Primeira obra – A Bagaceira (1928).

Primeiro autor – José Américo de Almeida.

Características

a) Literatura regionalista, voltada, na sua maior parte, para os problemas sociais do Nordeste.

b) União da modernidade aos elementos herdados da tradição realista-naturalista para compor o “Romance de 30”.

c) Literatura com feição de documento, atrelada aos ideais do Estado Novo.

d) Exploração de temas que dão a dimensão do Brasil rural: a seca, a fome, a miséria, o arcaísmo das relações de trabalho, a exploração do camponês, a opressão do coronelismo, a reação dos cangaceiros. 

Autores Principais:

José Américo De Almeida: suas principais obras são – Reflexões de uma Cabra (novela, 1922), A bagaceira (romance, 1928), Coiteiros (romance, 1935), O Boqueirão (romance, 1935).

Rachel De Queiroz: suas principais obras são – O Quinze (romance, 1930), Caminho de Pedras (romance, 1937), As Três Marias (romance, 1939), Memorial de Maria Moura (romance, 1992), Lampião (teatro, 1953).

José Lins Do Rego: Retratou, nos seus principais romances regionalistas, a região canavieira da Paraíba e de Pernambuco, em fase de transição do engenho para a usina. O “Ciclo da Cana de Açúcar”, formado por Menino de Engenho, Doidinho, Bangüê, O Moleque Ricardo, Usina e Fogo Morto, relaciona-se à memória do autor. Suas histórias têm grande significado sociológico. Mostram a situação crítica dos proletários rurais, sob o mando opressor dos senhores de engenho, num sertão sempre sobressaltado pela presença de cangaceiros e policiais. Suas principais obras são – Menino de Engenho (romance, 1932), Usina (romance, 1936), Fogo Morto (romance, 1943), Cangaceiros (romance, 1953).

Graciliano Ramos: Suas obras encaixam-se no realismo crítico, exibindo sempre um herói-problema. Prefere a análise psicológica ao paisagismo regionalista. Em 3 de março de 1936, é preso sob a falsa acusação de ligação com o Partido Comunista. Deportado para o Rio de Janeiro, permanece encarcerado até 1937. Dessa experiência resulta a obra Memórias do Cárcere, escrita dez anos depois. O livro só foi publicado em 1953. Suas principais obras são – Caetés (romance, 1933), Vidas Secas (romance, 1938), Infância (memórias, 1945), Insônia (contos, 1947), Memórias do Cárcere (memórias, 1953).

Érico Veríssimo: A temática dos seus romances é tipicamente brasileira, tendendo para o regionalismo. A tentativa de recriação genealógica e social da história do Rio Grande do Sul atinge seu ponto culminante na trilogia O Tempo e o Vento: O Continente, O Retrato, e O Arquipélago. Suas principais obras são – Clarissa (romance, 1933), Música ao Longe (romance, 1935), Saga (romance, 1940), O Resto é Silêncio (romance, 1943).