1Ainda que o Brasil tenha se tornado independente, por meio da decisão de D. Pedro I, oficialmente a política externa só processou e reconheceu tal informação de forma paulatina. O fim da colônia e a assunção de um novo país se deu inicialmente por meio do reconhecimento dos norte-americanos. Foram os Estados Unidos da América, em 1824, que primeiro reconheceram a condição do país Brasil por meio do que pregava a Doutrina Monroe, a exemplo da não intervenção da Europa – por meio da Santa Aliança- nas decisões e deliberações americanas.

“A América para os americanos” foi a linha mestra da Doutrina Monroe, para que os Estados Unidos da América já tivessem garantias de seu poder e supremacia em fins políticos de diferentes regiões.

Só em 1825 Portugal se deu por convencido de que o Brasil havia deixado de ser colônia. E, mais uma vez, lá estavam os ingleses a fazer mediações nesse reconhecimento. Em troca, os portugueses ainda exigiram uma indenização ao povo brasileiro no valor de dois milhões de libras. Tal quantia teria sido usada para o pagamento de dívidas entre portugueses e ingleses.

Como é de se imaginar, um recém criado país não dispunha de tal quantia imediata e lá estava a Inglaterra para socorrer D. Pedro I na quitação da “dívida” com Portugal. O empréstimo deixou o Brasil como dependente dos ingleses.

Na negociação, a Inglaterra também reconheceu a chegada ao Brasil da condição de país livre, permitindo inclusive algumas regalias no comércio, além de tratados que reforçavam as alianças de 1810. A assinatura desses acordos se deu em 1827 e dispunha sobre tarifas, mudanças na alfandega e preferência para os bens produzidos na Inglaterra. Tantas exigências oneraram a economia brasileira que ainda estava em processo de formação. Uma das cláusulas não concretizadas em 1827 foi a de extinção do tráfico negreiro.

Na exportação, o Brasil só lucrava com o produto primário. Toda a manufatura era importada da Inglaterra o que reforçava a dependência econômica com a potência.

Quando o Brasil se organizou como novo Estado, a urgência de uma Constituição se fez urgente. Foi nesse momento que se começou a perceber a divisão em dois grupos políticos no solo brasileiro. Ainda havia resquícios de grupos portugueses, que se organizaram no Partido Português. A ideia dessas pessoas era retomar o processo de recolonização. Já o Partido Brasileiro, formado por conservadores e liberais, queria uma forte monarquia com poder centralizador ou mesmo limitado.