A Polícia Federal está investigando um suposto esquema de fraudes e corrupção dentro do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação e que é responsável direto por toda a logística e a aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O esquema investiga os contratos com as gráficas fechados entre os anos de 2010 e 2019.

Polícia Federal investiga corrupção no Inep em contratação de gráficas

A investigação, que está sendo feita em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou na manhã desta terça-feira, dia 07 de dezembro, uma série de buscas e apreensões, com a Polícia Federal cumprindo 41 mandados no Distrito Federal, São Paulo e também na cidade do Rio de Janeiro.

Dentre os principais alvos da operação estavam, servidores do Inep e também os diretores .e funcionários das gráficas RR Donnelley e Valid. A Justiça Federal também determinou o sequestro de 130 milhões de reais das empresas e pessoas envolvidas na operação. Os envolvidos são suspeitos do cometimento dos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, crimes da lei de licitações e lavagem de dinheiro, com penas que ultrapassam 20 anos de reclusão.

Polícia Federal investiga corrupção no Inep em contratação de gráficas

A Polícia Federal acredita que o Inep  contratou a empresa RR Donnelley sem que fossem observadas as normas de inexigência de licitação. A gráfica se tornou a responsável pela impressão as provas depois do episódio de vazamento dos exames, no ano de 2009. A empresa venceu uma licitação no ano de 2010 e permaneceu até o ano de 2015. No ano seguinte, foi novamente a vencedora de uma nova licitação, que durou até o ano de 2020. Mas a gráfica acabou falindo no ano de 2019.

A partir deste momento, foi contratada a gráfica Valid, em regime de urgência, para imprimir as provas do Enem 2019. As duas primeiras colocadas da licitação teriam sido desclassificadas para beneficiar a Valid, em um suposto esquema envolvendo servidores do Inep e diretores da empresa.

A PF acredita também que cerca de R$ 130 milhões foram superfaturados dos custos das provas, que seriam destinados ao comissionamento de uma organização criminosa que teria garantido que a empresa conseguisse o contrato. Desse valor, 5 milhões teriam sido para enriquecimento ilícito de servidores do Inep.