Ministro da Educação quer revisar provas do Enem para evitar questões ideológicas

O atual ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou recentemente que deseja fazer parte da comissão que elabora a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A afirmação foi feita durante uma entrevista concedida pelo comandante da pasta para a emissora CNN na última semana.

O processo de escolha das questões que farão parte das provas do Enem é mantido sob sigilo desde o ano em que a prova foi criada, em 1998. Nem mesmo o ministro da Educação acaba tendo acesso ao seu conteúdo. Todo esse esquema de segurança foi criado para evitar o vazamento das questões e também para reduzir o risco que a prova seja “politizada”.

Milton Ribeiro afirmou recentemente que deseja ter acesso a prova para evitar que sejam incluídas questões que possam ser consideradas como subjetivas ou ideológicas. O ministro afirmou também que ainda iria conversar com o presidente Jair Bolsonaro e com os assessores para discutir essa possibilidade.

Segundo o ministro, os participantes do Enem estão sendo “surpreendidos com questões que nada têm a ver com conhecimento necessário para ele ter acesso ao ensino superior”. Para ele, é uma vontade da grande maioria da sociedade brasileira alterar o conteúdo do Enem. Como exemplo, o ministro citou uma questão sobre “vestimenta de travestis”, mas nunca houve uma questão sobre o assunto. O mais próximo seria uma questão de 2018, que citava um dialeto criado por gays e travestis.

A União Nacional dos Estudantes, através do presidente Iago Montalvão, afirmou que quem está sendo ideológico é o ministro e que a instituição tomará medidas para garantir a lisura do processo do Enem caso exista qualquer tentativa de interferência direta do governo na prova.