No último domingo milhares de estudantes e formados no curso de direito participaram do exame da OAB, necessário para aqueles que desejam atuar como advogados no Brasil. Mas em meio a todos aqueles que estão participando do processo de avaliação, uma estudante acabou se envolvendo em uma polêmica: Charlyane Souza, de 29 anos.

Estudante é ameaçada de eliminação da prova da OAB por usar véu

No dia da prova a estudante estava utilizando um hijab, tradicional vestimenta muçulmana. Mas como o véu cobre a cabeça, a estudante acabou sendo ameaçada de ser eliminada caso não tirasse o mesmo.

Falta de informações no edital

No primeiro momento a estudante que estava tentando a aprovação para tirar a carteirinha da OAB informou para a organização da prova que leu em todo o edital e não encontrou nada mencionando a impossibilidade de alguém com lenço na cabeça fazer a prova.

Mesmo assim Charlyane foi preparada para passar pelo processo de revista. A organização da prova passou o detector de metal sobre a cabeça dela, constatando que não havia nada. Mesmo assim ela foi retirada de sala de aula, sendo informada que de acordo com o edital nenhum estudante poderia fazer a prova com itens de chapelaria.

Estudante é ameaçada de eliminação da prova da OAB por usar véu 2

A aluna argumentou que o lenço não poderia ser considerado como um item de chapelaria, sendo que a peça fazia parte das vestimentas dela no dia a dia.

Mesmo assim a coordenação da prova no local afirmou que Charlyane teria que ter uma prova ou declaração de que pertencia a uma determinada religião, solicitando atendimento especial no momento da inscrição. No final da confusão Charlyane foi autorizada a retornar para dentro da sala de aula para fazer a prova, mas ciente de que ainda pode ser eliminada.

Constrangimentos

Quando Charlyane acreditou que os problemas tinham acabado e que ela poderia continuar fazendo a prova, depois de uma hora do início do exame foi novamente retirada de sala de aula, desta vez por advogados representantes da organização da prova. Mais uma vez solicitaram para ela remover a peça, o que ela disse que não faria e que isso causaria constrangimento. Depois de muitas discussões, a aluna terminou a prova dentro de uma sala de aula, sozinha.