O ataque que culminou na morte do general iraniano Qassem Soleimani, confirmado pelos Estados Unidos na última quinta-feira, dia 2 de janeiro, foi o ápice de dias tensos na relação entre Irã e Estados Unidos. Na semana anterior, diversos ataques aconteceram entre os dois países em território iraquiano.

Conflito EUA x Irã: 3 acontecimentos que culminaram na morte de Qassem Soleimani

Nas últimas décadas, nunca houve um grande momento de paz e tranquilidade entre os dois países, que acabaram se tornando inimigos históricos. O histórico de confronto entre as duas nações se arrasta por anos, não apenas com ataques dos dois lados, mas também com desentendimentos e confrontos indiretos. A tensão aumentou consideravelmente depois da eleição do presidente Donald Trump.

A relação entre os dois países pareceu ter melhorado um pouco no ano de 2015, quando o presidente dos EUA era Barack Obama, o país islâmico fechou uma convenção com Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, Rússia e China. O Irã aceitou limitar o enriquecimento de urânio e ser supervisionado por inspetores da Organização das Nações Unidas (ONU), em troca do fim de sanções econômicas.

Quando Donald Trump foi eleito, uma das suas promessas de campanha foi justamente acabar com esse tratado, afirmando que temas como o fim do programa de mísseis iranianos e o envolvimento em conflitos no Oriente Médio, que eram coordenados justamente por Qassem, fossem contemplados.

Mas três dias acabaram sendo chaves para a decisão dos EUA de eliminar o principal nome das forças armadas iranianas:

29 de dezembro (domingo)

Conflito EUA x Irã: 3 acontecimentos que culminaram na morte de Qassem Soleimani

Os Estados Unidos realizaram uma ofensiva contra milícias xiitas que eram apoiadas pelo governo iraniano. Os ataques resultaram na morte de 24 pessoas, todas elas estando em bases no Iraque e na Síria. Mesmo atuando no Iraque, estes grupos recebem financiamento do Irã, e sempre costumam retaliar com ataques quando os EUA anunciam algum tipo de sanção aos iranianos.

31 de dezembro (terça-feira)

Integrantes das mesmas milícias que foram atacadas pelos Estados Unidos invadiram o perímetro da embaixada dos Estados Unidos em Bagdá, capital do Iraque. A embaixada acabou ficando sitiada por cerca de 24 horas. Donald Trump acusou publicamente o Irã por estar por trás da invasão.

2 de janeiro (quinta-feira)

Os líderes das milícias pedem que a embaixada dos EUA seja liberada, o que acontece ao longo do dia 2. Mas no mesmo dia os Estados Unidos executam um ataque com drones e eliminam Soleimani, que estava no aeroporto de Bagdá.