Apenas cerca de 3% de estudantes brasileiros querem ser professores
Pesquisa mostra que sonho com carreira docente é cada vez mais raro entre alunos.
Por Rodrigo Duarte
O sonho de se tornar um professor, ter uma carreira docente e dedicar a vida profissional a formação de outras pessoas é cada vez mais raro entre os jovens brasileiros. Pelo menos é o que mostra uma pesquisa feita recentemente pelo Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), com base nos dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa).
De acordo com os números que constam nos relatórios, apenas 3,3% dos jovens estudantes brasileiros de 15 anos de idade, e que estão atualmente no primeiro ano do ensino médio, desejam se tornar professores. Quando o filtro fica mais restrito e a pergunta é sobre querer ser professor em escolas, na educação básica, este percentual se torna ainda mais baixo, de apenas 2,4%.
Os países que acabam tendo os maiores índices de jovens que desejam se tornar professores são Argélia (21,7%) e Kosovo (18,3%). Mas infelizmente estes países acabam apresentando uma média de desempenho dos estudantes muito abaixo do que é esperado em relação ao conhecimento obtido.
Coreia e a Irlanda estão também entre os países com os maiores percentuais, respectivamente 13,8 e 12,6%. Ao contrário da Argélia e Kosovo, o desempenho dos alunos é bom, chegando, na Coreia, a ser superior à média nacional.
Dentre os motivos apontados pelos estudantes para a não escolha da carreira de docente, o principal acaba sendo a desvalorização salarial da profissão. De fato, pesquisas mostram que professores de escolas públicas ganham, em média, 74,8% do que ganham profissionais assalariados de outras áreas, ou seja, cerca de 25% a menos, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)Essa porcentagem subiu desde 2012, quando era 65,2%.