Augusto Frederico Schmidt (Rio de Janeiro,1906-1965)
Foi um poeta da segunda geração do modernismo, ele falava de morte, perda , ausência e amor nos seus poemas. 

Entre os anos de 1941 e 1942, o poeta assumiu a presidência do Club de Regatas Botafogo. 

Obras 

(Poesia) 

Canto Brasileiro (1928) Canto do Liberto (1928) Navio Perdido (1929) Pássaro Cego (1930) Desaparição da amada (1931) Canto da Noite (1934) Estrela Solitária (1940) Mar Desconhecido (1942) Poesia Escolhidas (1946) Ponto Invisível (1949) Mensagens aos Poetas Novos (1950) Poesia Complexas (1956) Aurora Lívida (1958) Babilônia (1959) 

(Prosa) 

O Galo Branco (1948) Paisagens e Seres (1950) Discurso aos Jovens brasileiros (1956) A floresta (1958) 

A Ausente 

“Os que se vão, vão depressa, Ontem, ainda, sorria na espreguiçadeira. 

Ontem dizia adeus, ainda da janela.
Ontem vestia, ainda,o vestido tão leve cor-de-rosa.
Os que se vão, vão depressa.
Seus olhos grandes e pretos, há pouco,brilhavam.
Sua voz doce e firme faz pouco ainda falava.
Suas mãos morenas tinham gestos de bênçãos.
No entanto hoje, na festa,
ela não estava.
Nem um vestígio dela, sequer.
Decerto sua lembrança nem chegou,
como os convidados,
Alguns, quase todos,
indiferentes e desconhecidos.
Os que se vão, vão depressa.
Mais depressa que os pássaros
que passam no céu,
Mais depressa que o próprio tempo,
Mais depressa que a bondade dos homens,
Mais depressa que os trens correndo,
nas noites escuras,
Mais depressa que a estrela fugitiva que
mal faz traço no céu.
Os que se vão, vão depressa.
Só no coração do poeta,
que é diferente dos outros corações,
Só no coração sempre ferido do poeta
É que não vão depressa os que se vão…