6. Auxinas

As auxinas são os principais fitormônios dos vegetais e foram os primeiros hormônios a serem descobertos.

São substâncias essenciais para o crescimento do vegetal, entre outras atividades fisiológicas.

A ação da auxina ocorre na parede da célula do vegetal, ela ocasiona a distensão e consequentemente o crescimento do vegetal.

O ácido indolilacético (AIA) é a auxina mais comum dos vegetais, e é representada pela fórmula abaixo: 

O AIA é produzido pelo vegetal e está relacionado com o crescimento e as funções fisiológicas do vegetal.

O AIA não é o único hormônio encontrado nos vegetais, existem outros, como por exemplo, os ácidos naftaleno-acético, indol-propiônico e indol-butírico, etc., no entanto, estes não são produzidos espontaneamente pelos vegetais, e são denominadas auxinas sintéticas. 

• Produção de AIA

O AIA é produzido nas folhas jovens e no meristema apical, e posteriormente é conduzido pelas células vivas até as outras partes do corpo do vegetal, auxiliando assim o crescimento de mesmo.

• Transporte de AIA

O AIA se desloca do ápice, onde é produzido, até a base do vegetal, portanto este transporte é denominado polarizado.

• Destruição do AIA

Existem algumas enzimas, como a peroxidases e fenoloxidades, que têm a capacidade de destruir o AIA, deixando esta auxina desprovida de exercer suas funções.

• Descoberta das auxinas

No ano de 1928, o biólogo Frits Went, baseado em experimentos anteriores, elaborou um experiência com coleóptilos de aveia para tentar desvendar a causa do crescimento dos vegetais.

Os coleóptilos são as primeiras estruturas que crescem após a germinação de gramíneas, resguardando o epicótilo. Em uma determinada época o crescimento do coleóptilo cessa, e como o epicótilo não para de crescer, ele acaba rompendo o coleóptilo, fazendo surgir as primeiras folhas do vegetal. 

Depois de vários experimentos, Went realizou a experiência que definitivamente desvendou a existência das auxinas. Ele separou criteriosamente alguns coleóptilos de aveia e dispôs suas pontas sobre blocos de ágar. Posteriormente, ele retirou as pontas, e dispôs os blocos ágar, usados na experiência, sobre um dos lados de coleóptilos, que foram decapitados em sua parte superior.

Went notou que o coleóptilo cresceu curvando-se para o lado onde estava o bloco de ágar, e isto prova que havia uma substância que promovia o crescimento dos vegetais. Essa substância foi denominada por Went como auxina, que vem do grego aux e significa crescer

• Ação das auxinas

a) células 

O AIA causa um aumento na plasticidade da parede celular, proporcionando a distensão celular. Além disso, exerce uma influência na multiplicação celular.

b) caule

Dependendo da concentração, a ação do AIA pode tanto estimular, como impedir a distensão celular.

c) Raiz

Assim como o caule, a raiz também depende da concentração, para estimular ou impedir a distensão celular. Porém, a raiz tem uma sensibilidade maior em relação ao AIA, do que o caule. 

d) Gemas laterais

O AIA quando é produzido nas gemas apicais, ele é transportado até ás gemas laterais, causando sobre elas um fenômeno chamado de dominância apical, que tem uma ação entorpecente, que inibe o seu desenvolvimento. 

e) Folhas 

Entre o caule e a folha há uma quantidade de AIA, que regula a conservação da folha sobre o caule, bem como a sua queda. Veja: 

• Quando a folha apresenta maior quantidade de auxina, em relação ao caule, ela é preservada sobre o caule.
• Quando a folha apresenta menor quantidade de auxina, em relação ao caule, ocorre a excisão da folha. Quando isso acontece, se constitui a sobre a base do pecíolo uma camada de excisão, que desuni a folha do caule. 

f) Frutos 

Assim como a folha, o AIA também controla a conservação do fruto sobre o caule, bem como a excisão do mesmo.
A formação do fruto acontece sobre influência da fecundação e da polinização. 

No interior da semente há a presença de AIA, que são produzidos pelos embriões. Durante a fecundação, o ovário recebe estes hormônios, ocasionando o crescimento do mesmo, e consequentemente a formação do fruto. 

A polinização é essencial para o desenvolvimento do fruto, quando este processo não ocorre o ovário não cai, e não há a formação de frutos. Para comprovar este acontecimento, introduzimos auxinas em flores não fecundadas, e posteriormente houve o desenvolvimento de frutos partenocárpicos, ou seja, que não possuem sementes. 

g) Câmbio 

A ação das células do câmbio é estimulada através do AIA. 

• Aplicação Artificial de auxinas 

a) Estacas 

Aplicando-se auxinas sobre a superfície cortada de estacas, são formadas raízes adventícias. Assim, as plantas que apresentam dificuldade para se reproduzir por estaca, são enraizadas com mais facilidade. 

b) flores 

Aplicando auxinas em flores não fecundadas, e posteriormente nota-se o desenvolvimento de frutos partenocárpicos. 

c) Frutos 

A aplicação de AIA em frutos não permite a formação da camada de excisão, possibilitando o alcance de uma maior produção de frutos. 

• Auxinas e herbicidas 

As herbicidas são substâncias utilizadas para corromper o desenvolvimento plantas dicotiledôneas, ocasionando a morte das mesmas.
E algumas auxinas estão sendo utilizadas como herbicidas, porém, a ação desses hormônios não atinge todos os vegetais.
O ácido 2,4-diclorofenoxiacético é um tipo de auxina herbicida, representada pela seguinte fórmula: 

Esta herbicida atinge mais as plantas dicotiledôneas, do que as monocotiledôneas. Esse tipo de auxina também pode contribuir para a produção de muitas espécies, pois são capazes de destruir pragas que interferem no desenvolvimento desses vegetais.

• Auxinas e floração 

A floração de algumas espécies é controlada pela ação das auxinas, como por exemplo, o abacaxi.
Quando pequenas quantidades de auxina ANA (ácido naftaleno acético) são lançadas sobre plantações de abacaxi, ocorre a floração e a produção de frutos simultaneamente. Esta prática é bastante usada na agricultura, pois melhora o rendimento da colheita.