1A sociedade feudal foi organizada a partir de estamentos. Nela, não havia mobilidade social. Cada posição social era determinada a partir do nascimento, da origem daquele indivíduo. As elites sociais eram formadas por uma primeira camada representada pelo clero. Já o segundo padrão era formado pela nobreza. Ao fim, nas áreas inferiores da sociedade proposta pelo Feudalismo, ficavam os camponeses. Eles trabalhavam arduamente como servos dos donos dos feudos.

As grandes propriedades rurais dos senhores feudais eram formadas por igrejas, castelos e aldeias onde moravam os camponeses. Havia bosques, terra para pastagem e outras áreas de cultivo. Nessas últimas, a divisão era dual. Na primeira parte, chamada de manso senhorial, funcionavam as produções agrícolas das terras dos senhores feudais. Já na segunda metade, havia o manso servil que servia de alimento para os camponeses e servos daquela região.

Os servos utilizavam as áreas que lhe eram “emprestadas” para os fins de agricultura. O trabalho no campo era executado pelo camponês e pelo vilão, também conhecido como trabalhador livre. Nesse período, a Igreja condenava a escravidão propriamente dita. Os senhores feudais impunham algumas obrigações aos servos: pagamentos de impostos era uma dessas obrigações. A corveia, por exemplo, era um tipo de imposto para quem trabalhava sem remuneração por apenas alguns dias ao longo da semana. Pelo imposto, os servos acabavam recebendo proteção. Já a banalidade era uma taxa para que o servo pudesse utilizar o moinho, fornos, celeiros e outros espaços da propriedade feudal.

Ausência de liberdade

2As condições de vida do servo no período feudal eram precárias e humilhantes. Quase sempre esses camponeses moravam em residências humildes e quase sem qualquer higiene. A ameaça da morte em função da fome era constante. A agricultura passava por oscilações climáticas e não havia como trabalhar com equipamentos agrícolas mais modernos. Tudo era muito rudimentar. Só uma pequena parcela de tudo o que era produzido acabava servindo de alimento para os camponeses. Eram os senhores feudais que lucravam com a produção.

Essas relações de servidão que predominaram nesse período tinham como principal característica a ausência de liberdade. Mesmo a Igreja declarando que não era favorável à escravidão, um servo não podia deixar os mansos servis sem que fosse autorizado pelos senhores feudais. Além disso, a cobrança de impostos a tais trabalhadores também era abusiva.

Ao longo do século XIV toda essa vida precária na condição de vida de tais pessoas e a constante cobrança de impostos acabou desencadeando dois surtos de problemas sociais graves: a Peste Negra e a famigerada Guerra dos Cem Anos entre Inglaterra e França. Tais eventos levantaram inúmeras revoltas que clamavam, principalmente, pelo fim das relações de servidão.