Um dos períodos mais obscuros da História da humanidade foi o período em que a Inquisição atingiu o seu auge. A Igreja Católica estava muito preocupada com o sincretismo religioso, e para não perder força e apelo entre os seus fiéis, criou um tribunal para julgar os que transgredissem um código de conduta considerado cristão.

O Santo Ofício (como também era conhecida a Inquisição) atuava perseguindo, julgando e punindo todos que fossem considerados praticantes de heresia. Ela surgiu na Idade Média, na região do Languedoc, no sul da atual França, e foi criada para combater exclusivamente a heresia de duas etnias, os cátaros e os albigenses. É dela que todas as outras versões da Inquisição se originariam.

As mais famosas e terríveis versões se concentravam em dois países altamente católicos e religiosos: Portugal e Espanha. A mais temida de todas é a espanhola, que existiu de 1478 a 1834, e que em seu auge de atuação, se estendeu até as colônias espanholas nas Américas. Seu tribunal condenou mais de 45 mil pessoas entre 1540 a 1700.

A Inquisição Portuguesa existiu de 1536 a 1821 e fez muitos estragos, especialmente perseguindo o povo judeu residente em seu país, que teve que fugir para o Brasil (sua maior colônia na época), onde continuaram sendo perseguidos. Muitos desses judeus acabaram tendo de alterar seus nomes se tornando o que chamamos de cristãos novos.

Inquisição

A Inquisição Romana foi a única que durou até o século XX, iniciando suas atividades em 1542 e deixando de existir em 1965. Ela era chamada de “Congregação da Sacra, Romana e Universal Inquisição do Santo Ofício”. Teve seu nome alterado em 1965 pelo Papa Paulo VI, que buscando reorganizar o Santo Ofício, passou a chamá-la de Congregação para a Doutrina da Fé, que atua até os dias de hoje, mas de modo distinto do da Inquisição Romana. Foi essa Inquisição que julgou, entre outros, o famoso cientista Galileo Galilei, que foi condenado à prisão domiciliar, aonde veio a falecer.

Uma das práticas mais comuns nos tribunais da Inquisição era o de torturar os réus até o limite de suas forças utilizando-se dos mais escabrosos métodos já imaginados pelo homem, para obter deles uma confissão de seus pecados. O mais famoso inquisidor da História foi Tomás de Torquemada, que participava ativamente de todas as sessões de tortura praticadas pela Inquisição Espanhola.

Uma das práticas mais comuns era a morte na fogueira para os condenados, que muitas vezes sequer sabiam ao certo pelo que estavam sendo julgados. Um dos momentos mais marcantes de todas as Inquisições foi a execução por morte na fogueira de 1500 pessoas em Castela, na década de 1480. O motivo da execução foi o falso testemunho, porém muitas das pessoas ali queimadas vivas não tinham a menor ideia do que havia feito contra a Igreja e contra a fé católica.

Em Portugal, a Inquisição era menos ativa e temida do que em sua vizinha ibérica, porém isso não significou que a versão lusa do Santo Ofício fosse branda com seus perseguidos. Seu principal alvo eram os judeus, que eram perseguidos e fugiam para as colônias portuguesas, especialmente o Brasil. No país sul-americano a Inquisição nunca foi instituída, porém por ser uma colônia portuguesa, a Inquisição Portuguesa podia atuar em suas terras. Esse fato ocorreu oficialmente em apenas três ocasiões, porém há registros de perseguições e denúncias feitas para a Inquisição partindo do Brasil.