Poucos foram os conflitos do século XX que suscitaram tantos filmes como a Guerra do Vietnã. São vários filmes clássicos, tais como Apocalypse Now e Platoon. O conflito também é tema recorrente de diversas músicas de bandas dos anos 1960 e 1970.

O conflito se deu entre os anos de 1959 e 1975 e foi o mais sangrento e brutal da segunda metade do século XX.

Para entender melhor o que levou ao conflito temos de buscar entender o contexto histórico e principalmente o contexto geopolítico. Laos, Vietnã e Camboja compunham a região conhecida como Indochina, que estava sob o domínio francês. Esses países queriam sua independência.

Após a Segunda Guerra Mundial, a Liga Revolucionária para a Independência do Vietnã lutou e expulsou os franceses da região. Os franceses, que foram derrotados, se viram obrigados a reconhecer a independência vietnamita.

Em 1954, a Conferência de Genebra reconhece a Independência do Vietnã, do Camboja e do Laos, sendo que o primeiro passaria a ser dividido entre Vietnã do Norte (socialista) e Vietnã do Sul (capitalista).

A divisão teria validade somente até as eleições que visavam a unificação do país, marcadas para 1956. Porém, em 1955 o Vietnã do Sul, por meio de um golpe militar, teve proclamada sua independência. A partir daí, nacionalistas, comunistas e budistas passaram a ser perseguidos pelo governo desse país. A corrupção imperou em todas as esferas e o governo se sustentava muito por conta do apoio dos Estados Unidos.

Os Estados Unidos passaram a influenciar o Vietnã do Sul por seu governo acreditar que nas eleições de 1956 o lado comunista iria ganhar, e com isso, outras nações acabariam influenciadas por isso, em uma teoria conhecida como “efeito dominó”.

A colaboração americana ao Vietnã do Sul não se restringia apenas ao dinheiro, mas também eram enviadas armas e até mesmo conselheiros militares americanos. Isso despertou movimentos de oposição, claramente apoiados pelo norte comunista, o mais famoso deles a Frente Nacional de Libertação.

Guerra do Vietnã

Com o apoio americano, o Vietnã do Sul atacou ininterruptamente o Vietnã do Norte por 10 anos. Apesar do apoio americano, os Estados Unidos não entravam diretamente no conflito, atuando apenas como força de influencia na região.

Isso mudou quando embarcações americanas foram atacadas perto do Golfo de Tonquim. O então presidente Lindon B. Johnson deu ordens para que um bombardeio fosse realizado contra o Vietnã do Norte, marcando a entrada definitiva dos Estados Unidos no conflito. Isso ocorreu em 1965.

No ano de 1968, as tropas vietcongs e o exercito do norte deram inicio à Ofensiva do Tet, onde ocuparam inclusive a embaixada americana em Saigon, empreendendo diversas derrotas aos americanos, que apesar do poderio militar, não conheciam muito bem o terreno em que lutavam.

Dentro dos Estados Unidos, a pressão popular pela retirada do país do conflito era imensa e só aumentava. Passeatas e mais passeatas, que contavam com o apoio de músicos e artistas famosos ganhavam as ruas do país. Todas pedindo a retirada americana do conflito.

Em 1972, já durante o governo do presidente Nixon, o exercito americano decidiu utilizar de armamento químico e várias áreas do Laos e do Camboja foram bombardeadas, porém os guerrilheiros seguiam firme em combate.

Os Estados Unidos acabaram se retirando do conflito com uma retumbante derrota em 1973. E essa derrota se deu principalmente pelo fato de os guerrilheiros conhecerem melhor o terreno do que os americanos.

O conflito prosseguiu até 1975, e em 1976 o Vietnã finalmente se reunificou, agora com o nome de República Socialista do Vietnã, já que o norte comunista foi o lado vitorioso.