Isocromossomos

O termo “Isocromossomos” se refere a cromossomos que possuem uma alteração estrutural que consiste em um de seus braços estar deficiente por completo, e o outro completamente duplicado.

O processo de formação de um isocromossomo ocorre da seguinte maneira: uma célula normal que duplicou seu DNA irá possuir um cromossomo A, formado por duas cromátides-irmãs contendo um total de dois braços longos (2Aq) e dois braços curtos (2Ap). A separação normal do centrômero deve se dar de maneira longitudinal, de modo que as duas células-filhas possuam 1 braço curto e 1 braço longo de cada cromátide. A formação do isocromossomo ocorre justamente quando a divisão do centrômero se dá de maneira latitudinal e não longitudinal, como seria normal de ocorrer.

Com isso, ao invés de cada célula-filha ficar com 1 braço curto e 1 braço longo de cada cromátide, uma ficará com uma cromátide contendo 2 braços curtos, e a outra ficará com a outra cromátide do cromossomo contendo 2 braços longos, ou seja, um isocromossomo para cada célula-filha, sendo que tal processo irá ocorrer durante a Meiose II.

Além deste processo de formação do isocromossomo, um outro procedimento vem sendo analisado e considerado por pesquisadores, que consiste na translocação de um dos braços do cromossomo original para outro do seu homólogo, através da borda proximal do outro braço do mesmo cromossomo, perto do centrômero.

Pode se observar a presença de isocromossomo em algumas meninas com Síndrome de Turner ou em células de tumor, além de poderem ser encontrados em uma pequena porção de pacientes com Síndrome de Down, onde nesse caso será formado um cromossomo composto por dois braços longos do cromossomo 21.

Isocromossomos

Síndrome de Pallister-Killian

A Síndrome de Pallister-Killian é uma doença rara, causada pela presença do isocromossomo 12p (braço curto do cromossomo 12), em mosaico (anomalia genética presente em parte das células do paciente afetado).

A síndrome foi descrita inicialmente por Pallister, em adultos, em 1977, e por Killian, em 1981, em crianças. É também conhecida como aneuploidia em mosaico de Pallister, síndrome de Pallister-Killian-Techler-Nichola ou tetrassomia 12p em mosaico.

Os pacientes apresentam fácies com cabelos esparsos, com alopecia (perda de cabelo) bitemporal, fronte proeminente, ptose palpebral, estrabismo, hipertelorismo (má-formação fetal que resulta no afastamento dos olhos), epicanto, macrostomia com comissuras labiais voltadas pra baixo, implantação baixa das orelhas, pescoço curto e macroglossia (crescimento anormal da língua). Outros aspectos clínicos comuns são manchas hipopigmentadas da pele, alopecia localizada, retardo mental grave e convulsões.

As características físicas se alteram com a idade: o fácies assume um aspecto mais grosseiro, a micrognatia (maxilar inferior pequeno) progride para prognatismo (mandíbula inferior extremamente pronunciada), a alopecia diminui ou desaparece, e a hipertonia e contraturas se desenvolvem entre os cinco e dez anos de idade, após um período inicial de hipotonia. A expressão fenotípica é variável, indo de morte perinatal à anomalias congênitas múltiplas, além do fenótipo clássico de dismorfismo facial (alteração do formato da face) e retardo mental.

O diagnóstico é feito pelo fenótipo e pelo exame de fibroblastos cutâneos, sendo que o isocromossomo, em geral está ausente nos linfócitos do sangue periférico.

Síndrome de Pallister-Killian


Autor: Fernando Antônio Ramos Schramm Neto
Sobre o Autor: Atual graduando em Medicina pela Universidade Salvador (UNIFACS).