África Setentrional 

É a parte norte do continente africano, onde estão os seguintes países: Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia, Saara Ocidental e Egito. 

A população predominante é a árabe, o relevo é planáltico, recente, com altitudes de mais de 3.000 m e com possibilidade de terremotos. 

O clima é predominante árido, especialmente nas regiões do Saara 

A África Setentrional é uma área estratégica, pois está próximo do território europeu, tendo contato direto e recebendo grande influência deste continente. 

Magreb 
É uma região que compreende o Marrocos, Argélia e Tunísia. Está limitada ao norte pelo Mar Mediterrâneo e pela cadeia do Atlas, e ao sul pelo Deserto do Saara. 

Argélia 
No ano de 1830, o território da Argélia foi ocupado pela França, que acreditava que a região era uma ampliação do território francês.
Os colonos franceses dominaram as regiões mais cobiçadas, gerando uma série de conflitos. 

Em 1930, foi criada a FLN (Frente de Libertação Nacional) que lutava para expulsar os franceses da Argélia. Em contrapartida, a França enviou para a Argélia cerca de 500 mil soldados, e os colonos franceses formaram um movimento guerrilheiro chamado de Organização do Exército Secreto (OAS), que cometeu muitas ações terroristas.

Mas o governo francês decidiu renunciar o domínio da Argélia, deixando o país se tornar independente. Isso gerou uma nova fuga de milhões de colonos. 

A Guerra Civil da Argélia ocorreu de 1º de novembro de 1954 até meados de 1962. O conflito aconteceu entre dois partidos revolucionários, o FLN (Frente de Libertação Nacional) e o MNA (Movimento Nacional Argelino). Ambos queriam conquistar a independência do país. 

Os dois partidos queriam a proclamação de independência do país, mas havia uma discordância entre os intransigentes da Argélia francesa e os seguidores da política desenvolvida pelo General De Gaullle. 

Desta forma, eclodiram-se duas guerras, uma guerra colonial entre a França e o povo argelino, e uma guerra civil entre os simpatizantes argelino-franceses e seus opositores argelinos pró-independência, e se transformou, numa guerra civil entre os intransigentes da Argélia francesa e os seguidores da política desenvolvida pelo General De Gaullle. 

A guerra entre a França e o FNL, foi uma guerra sangrenta, brutal e racista, além de torturas por parte do lado francês. 

O partido FLN venceu o MNA e depois de muitos conflitos a França teve que reconhecer a independência da Argélia, e em 5 de julho de 1962, foi proclamada a republica de Argélia. 

Marrocos 
 
Os espanhóis e franceses lutavam pelos seus interesses sob o território marroquino. 

No século XVI, durante a guerra entre islâmicos e cristãos, os espanhóis dominaram duas cidades situadas no norte de Marrocos, Ceuta e Melila, que atualmente são ocupadas por espanhóis. 

Em 1912, os franceses ocuparam praticamente todo o território de Marrocos, após a briga com alemães e espanhóis. 

Em 1956, a independência de Marrocos foi conquistada, após uma negociação do sultão Bem Yousef com a França. 

A partir de 1957, Hassan, filho do sultão Yousef está no poder do governo marroquino.

Saara Ocidental 

A partir de 1874, o Saara Ocidental passou a ser dominado pela Espanha. Em 1960, passou a ser considerado uma província, e em 1973, foi criado um movimento chamado Frente Polisário, formado pelos povos Sarauí locais. 

Em 1975, três frentes disputavam o território do Saara Ocidental, que são: Marrocos (tinha o poder sobre o norte), Mauritânia (dominava o sul), e a Frente Polisário (dominava as montanhas do leste). Porém, a partir de 1979, a Mauritânia deixou de contestar, deixando a disputa entre Marrocos e a Frente Polisário. 

A Frente Polisário conquistou assento na Organização dos Estados Africanos, e o Marrocos conseguiu dominar quase todo o território. 

Egito 

A área do Egito é formada por um deserto, chamado de Saara, nesse deserto havia um rio que era bastante importante para os egípcios, pelo motivo de ser utilizado como meio de transporte, como fonte de alimentação (agricultura pesca e fertilizar as margens), era o Rio Nilo. 

Após a construção do Canal de Suez em 1859, o Egito despertou o interesse da Inglaterra, que se instalou no território em 1882, e mesmo com a independência do Egito (1922), o Canal continuou sob o poder britânico até 1956, quando foi nacionalizado pelo presidente Nasser. 

Nasser liderou uma frente anti-Israel, porém foi derrotado. Anuar Sadat substituiu Nasser em 1979, quando finalizou os conflitos contra Israel, em troca da Península Sinai. 

Anuar Sadat foi assassinado e H. Mubarak assumiu o governo de um país que possui uma elevada dívida externa, mais de 50 milhões de habitantes, e teme pelo radicalismo islâmico. 

São nove países banhados pela bacia do Rio Nilo, e a administração da parte mais elevada do rio interfere tanto na qualidade como na quantidade de água que chega até a foz, que fica no Egito. Atualmente, a administração das águas é o foco mais importante do governo do Egito. Cerca de 90% da água disponível no Egito é usada pela agricultura, que tem como destaque a produção de cana-de-açúcar e arroz. A ONU já alertou que, nos próximos anos, a fiscalização das fontes de água será motivo para as guerras na África. 

Líbia 
É um país setentrional do continente africano, considerado desértico e com clima seco e quente. 

A população da Líbia é de apenas 5,6 milhões de habitantes, sendo representada em 97% pelos árabes líbios, e os outros 3% pelos africanos, turcos e berberes. 

A produção de petróleo, que é encontrado no Deserto do Saara, é uma atividade fundamental para a economia do país, sendo este produto responsável por 90% das exportações do país. 

A Líbia conquistou sua independência em 1951, sendo governada pelo rei Ídris até o ano de 1971, quando foi destronado pelo coronel Muamar Kadafi.
Kadafi é um líder político populista que tem deixado o país em situações embaraçosas, principalmente nas relações internacionais. 

A década de 80 foi marcada pela relação tensa que o país teve com os EUA, que estabeleceu sanções econômicas. 

No inicio da década de 90, o país foi embargado pela ONU, e as sanções previam principalmente o veto do comércio de armas e a suspensão do comércio e do tráfego aéreo líbio. Este embargo deixou a Líbia totalmente isolada do mundo. 

Somente em 1999 é que a ONU suspendeu as sanções, aliviando o sistema político de Kadafi. A economia do país estava derrubada.