Aspectos Socioeconômicos

NORTE: CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO

DESAFIO – O espaço amazônico pode ser considerado a última fronteira de expansão das atividades econômicas no País. No entanto é também um dos raros espaços pouco povoados e, ao mesmo tempo, extremamente ricos de todo o mundo. Por isso, sua ocupação e exploração econômica representam um dos grandes desafios deste novo século.

EXPLORAÇÃO PROIBIDA – Alguns pesquisadores consideram a Região Amazônica uma riqueza que precisa ser preservada e permanecer intacta. Esses estudiosos estão ligados a grupos de forte apelo ecológico ou a governos e a empresas com interesse na exploração futura da biodiversidade amazônica.

EXPLORAÇÃO RACIONAL – Outros defendem a exploração racional dos recursos da Região: explorar sem destruir, beneficiando a população local. Para eles, é difícil aceitar que em meio a tanta riqueza vegetal, animal e mineral encontre-se uma das populações mais pobres do Planeta. Novamente aqui estão presentes alguns grupos ambientalistas, bem como parte do empresariado nacional que defende a exploração dos recursos naturais amazônicos apenas por brasileiros.

Portanto, quando se discute a preservação ou a exploração da Amazônia, devem-se considerar os interesses que envolvem os projetos para a Região.
A INTEGRAÇÃO REGIONAL

MODIFICAÇÕES – O espaço rural da Região Norte começou a se modificar a partir dos anos de 1960. O fator principal que contribuiu para essa transformação foi o esforço do Governo Federal para integrar o Norte ao Centro-Sul do País. Entre as medidas estabelecidas pelo governo, cabe destacar:

a) A criação da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), do Banco da Amazônia (Basa) e da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

b) O incentivo à concretização de projetos agropecuários como forma de expandir a fronteira do País e incentivar a migração para a Região.

c) A colonização dirigida por meio de numerosos projetos oficiais do Incra e de projetos privados, política que durou até fins da década de 1970.

d) O investimento em infra-estrutura, como a construção de grandes rodovias: Transamazônica, Cuiabá-Porto Velho, Cuiabá-Santarém, Porto Velho-Manaus.

e) A implementação de projetos de exploração mineral, como o do Grande Carajás, iniciado na década de 1980.

f) A instalação de projetos militares que visavam ao controle da fronteira norte do País, à identificação de riquezas minerais e à ocupação do “grande vazio demográfico” da Região.

CONFLITOS SOCIAIS – A maioria das medidas acabou por não considerar os interesses da população local, sobretudo a indígena, voltando-se principalmente para atender à expansão de atividades econômicas e de empresas do Centro-Sul. Com isso, surgiram na Região vários conflitos sociais, como os que opõem índios, fazendeiros e posseiros. Também afloraram conflitos de ordem ambiental, já que os objetivos e o modo de ocupação variam conforme os diferentes interesses em jogo: desmatar ou não desmatar a floresta, represar ou não os rios, etc.