Localizar comida é uma capacidade importante de qualquer animal, e os tubarões são refinados nesta arte. Como a maioria dos peixes, eles usam células sensoriais, dispostas em linhas laterais nos seus flancos, para detectarem ondas de pressão provocadas por outras criaturas que passem por perto.

Mas é a sua lendária capacidade de detectar a presença de partículas de comida o que os torna notáveis. A maioria dos tubarões consegue discernir as mais ínfimas quantidades de substâncias presentes na água a mais de 500 metros de distância da sua origem.

Visão 
A visão é outro processo importante para localizar presas. O olho de um tubarão é normalmente dez vezes mais sensível à luz do que o olho humano, e as espécies que capturam criaturas que se movimentam depressa, como peixes e focas, demonstraram ter uma visão particularmente boa. Eles também conseguem distinguir cores, e algumas espécies demonstraram ser atraídas por objetos metálicos brilhantes.

Olfato 

O seu olfato é extremamente apurado, nos seus orifícios nasais (normalmente localizados nos lados do focinho) captam até os mais diluídos resquícios de comida na corrente de água. Estes órgãos são tão sensíveis que conseguem até determinar se é o orifício nasal esquerdo ou direito que capta a mais concentrada dose da substância, orientando o tubarão em sua direção com uma precisão impressionante.

Audição 

A sua grande sensibilidade às vibrações, provoca comportamentos semelhantes. O seu ouvido interno, responsável pelo equilíbrio e detecção das vibrações de baixa frequência, situa-se postero-superiormente ao olho. Possui três canais semicirculares e detecta vibrações a longas distâncias, podendo o tubarão se aperceber do som de um peixe a debater-se a uma distância de 250 a 600 m. Em conjunto com o olfacto, esta sensibilidade às vibrações, são os primeiros mecanismos utilizados na detecção de potencial alimentação. Uma vibração desconhecida, tanto pode provocar curiosidade como medo ao tubarão. 

Linha lateral 

Linha lateral dos tubarões

Como se estes sentidos não fossem suficientes, os tubarões também são extremamente sensíveis aos campos magnéticos. Pesquisadores demonstraram que muitas espécies usam o próprio campo magnético da Terra para navegar. Alguns até conseguem detectar pequenos campos magnéticos emitidos por outros peixes nas proximidades, auxiliando-os na busca de comida.

Ampolas de Lorenzini 
A cabeça, especialmente ao redor do focinho, apresenta pequenos poros, denominados ampolas de Lorenzini. Estes receptores são sensíveis à temperatura, salinidade e pressão da água, com uma especial capacidade para detectar campos eléctricos muito subtis, gerados por outros animais. Podem, deste modo, detectar o batimento cardíaco de um peixe que esteja enterrado na areia, a alguns metros de distância. A capacidade de se aperceberem destas ligeiras mudanças na corrente eléctrica do ambiente, além de facilitar a caça às suas presas, possibilita-lhes a navegação em mar aberto durante as grandes migrações, guiando-se através do campo electromagnético da Terra.