Rei francês nascido em Saint-Cloud, membro do ramo menor da casa de Bourbon, denominado de o rei cidadão. Pronunciou-se a favor da revolução (1789) e uniu-se aos radicais nas fileiras jacobinas. Por ocasião da guerra entre a França e a Áustria (1792), alistou-se nas tropas comandadas por Charles-François Dumouriez, mas desertou e passou para o lado da Áustria.

Refugiou-se na Suíça, onde adotou um nome falso e trabalhou como professor num colégio de Reichenau. Quando o pai foi executado (1793), herdou o título de Duque de Orléans, o que fortaleceu suas aspirações dinásticas. Viveu dois anos nos Estados Unidos e depois na Grã-Bretanha. Durante o período napoleônico (1804-1814), conseguiu reconciliar o ramo dos Orléans com o rei francês exilado Luís XVIII.

Foi para a Sicília (1809) e casou-se com Maria Amélia de Bourbon, filha de Fernando IV, rei de Nápoles. Com a recondução de Luís XVIII ao trono (1814), regressou à França, onde recuperou algumas propriedades e aderiu à oposição liberal. A nova monarquia caiu após uma rebelião (1830), e ele ascendeu ao trono com o apoio da alta burguesia.

Enfrentou várias rebeliões favoráveis à volta dos Bourbons e dos republicanos (1830-1840), inclusive bonapartistas liderados pelo futuro Napoleão III. Devido aos vários atentados contra sua vida, teve de aplicar medidas severas e restritivas das liberdades. A industrialização e o crescimento urbano deram novas características ao movimento republicano, e a crise econômica (1846) precipitou a revolução (1848).

O rei se viu obrigado a abdicar em favor de seu neto Filipe de Orléans, conde de Paris, e exilou-se em Claremont, Surrey, Reino Unido, onde permaneceu pelo resto de sua vida. Os revolucionários, porém, negaram-se a reconhecer o sucessor e proclamaram a segunda república.