Sacerdote e monge beneditino, radialista, escritor, poeta e tradutor brasileiro nascido em Cristina, MG, que traduziu para o português O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, e O Menino do Dedo Verde, de Maurice Druon, e Marcelino Pão e Vinho, de Jose Maria Sanchez, livros que se tornaram famosos em todo o país.

Após o ginásio em Itajubá, matriculou-se (1934), na Faculdade Nacional de Direito do Rio de Janeiro, tendo participado então da Ação Universitária Católica e do Centro Dom Vital, quando travou conhecimento com Alceu Amoroso Lima, de quem se tornou secretário particular. Após concluir Direito entrou para o Mosteiro de São Bento ((1940).

Ordenou-se (1946), enquanto já desenvolvia seu talento como escritor publicando crônicas e poemas em revistas e jornais de circulação nacional. Após uma breve passagem pelas rádios Cruzeiro e Mayrink Veiga, manteve na Rádio Jornal do Brasil, o programa diário, às 18 horas, Encontro Marcado (1959-1993), que passou a ser retransmitido pelas rádios Carioca-AM e Catedral-FM. Escreveu também uma coluna semanal, publicada às quintas-feiras no Jornal do Brasil. Obteve os dois primeiros lugares no concurso para a letra do Hino do XXXVI Congresso Eucarístico Internacional realizado no Rio de Janeiro (1955), como também fez parte da equipe de tradutores de textos litúrgicos da Conferência Nacional dos Bispos. Integrou por vários anos o Conselho Federal de Cultura e foi escolhido para saudar em nome dos intelectuais o Papa João Paulo II em sua primeira viagem ao Brasil.

Foi eleito (1980) para a Cadeira n. 15 da Academia Brasileira de Letras, na sucessão de Odylo Costa Filho. Sucedeu a Otávio de Faria no Pen Clube (1981) e ocupou a vaga de Alceu Amoroso Lima na Academia Brasileira de Artes (1985). Recebeu o Prêmio de Poesia do Pen Clube do Brasil (1986), foi agraciado (1990) com a condecoração de Chévalier des Arts et des Lettres, concedida pela República Francesa e recebeu o Prêmio São Sebastião de Cultura da Arquidiocese do Rio de Janeiro, como Personalidade do Ano (1995) e faleceu, dois anos depois, de insuficiência renal, no Rio de Janeiro.

Além da composição de hinos, inovou a oratória sacra, pelo estilo manso e poético dos seus sermões, e entre suas várias obras citam-se Teatro (1947), Livro do Peregrino (1955), O livro da família cristã (1960), Poemas do Reino de Deus (1961), Eis que vem o Senhor (1967), O livro de Tobias (1968), Manifestações de Autonomia Literária: A Escola Mineira e outros movimentos. In: História da Cultura Brasileira (2 vols., 1973-1976), Arte Sacra (1976), Nossos amigos, os Santos (1985), Um encontro com Deus: Teologia para leigos (1991), As vinte e seis andorinhas (1991) e Poemas para crianças e alguns adultos (1994).