Filólogo alemão nascido em Mainz, que demonstrou a importância do sânscrito para as línguas indo-européias e é considerado o fundador da lingüística comparativa. 

Seu talento apareceu inicialmente em Über das Conjugationssystem der Sanskritsprache (1816), quando estava em Paris (1812-1816) dedicando-se ao estudo das línguas orientais, onde pioneiramente procurou traçar a origem comum do sânscrito, persa, grego, latim e alemão. Professor de literatura oriental e de filologia geral na Universidade de Berlim (1821-1867), publicou uma gramática do sânscrito (1827).

Esse livro sobre o sistema de conjugação do sânscrito abriu novas perspectivas lingüísticas. Logo concentrou sua atenção no sânscrito e publicou um glossário de sânscrito e latim (1830) tornando-se, assim, um filólogo do Sânscrito. Esse pequeno livro continha um estudo comparado dos verbos e uma série de traduções do Sânscrito. 

Morreu em Berlim, então na Prússia, e sua grande obra foi Vergleichende Grammatik des Sanskrit, Zend, Griechischen, Lateinischen, Litthauischen, Altslawischen, Gotischen und Deutschen (1833-1852), onde, após investigar a origem das formas gramaticais dessas línguas, descreveu a estrutura gramatical original e definiu suas leis fonéticas.

Também produziu estudos de vários grupos de línguas européias e ensaios sobre a relação entre as línguas malaio-polinésias e as indo-européias (1840) e sobre o sistema de acentuação em sânscrito e grego (1854). 

OBS.: O Sâncrito era uma língua indo-européia do ramo indo-ariano na qual foram escritos os quatro Vedas ( ~1200-900 a.C.), e que, entre os séculos VI a.C. e XI d.C., se tornou a língua da literatura e da ciência hindus, e mantida, ainda hoje, por razões culturais, como língua constitucional da Índia. Foi descrita e codificada pelo gramático e filólogo latino Panini ( ~ 520-460 a.C. ) no século V a. C. A descoberta de semelhanças entre o sânscrito, o latim e o grego foi responsável pelos avanços da filologia no Ocidente em fins do século XVIII.