Todo mundo pensa, quando se lembra de um cavaleiro medieval, naquela imagem de um homem vestido de armadura reluzente, montado num cavalo branco e empunhando uma lança e cheio de valores louváveis, como lealdade, justiça e piedade.

Pois será que você sabe quem ajudou a criar esta noção do cavaleiro medieval idealizado que hoje povoa o imaginário da maior parte das pessoas? Será que você conhece o homem que ajudou a reforçar o mito?

Conhecido como El Cid, este homem tem uma história envolta em mitos e lendas, e até hoje é venerado como símbolo máximo do que se entende por um cavaleiro medieval de verdade. Vamos conhecê-lo um pouco mais!

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Um cavaleiro espanhol

Nascido em 1403 na cidade de Burgos, na atual Espanha, Rodrigo Díaz de Vivar entrou para a História com a alcunha de El Cid (do mourisco “O Senhor), um dos cavaleiros medievais mais letais de todos.

El Cid também era conhecido como Campeador (Campeão), e foi um nobre guerreiro que viveu numa época em que a atual Espanha era dividida em muitos reinos rivais liderados por cristãos de um lado, e pelos muçulmanos (mouros) de outro.

Falecido em Valência no dia 10 de julho de 1099, El Cid virou lenda muito mais por conta do que contavam as pessoas sobre seus feitos do que pelo que realmente ele fez em vida.

A canção que criou a lenda

Datada de 1207, uma canção de gesta chamada de Canción de Mio Cid contribuiu em muito para que El Cid se tornasse não apenas uma lenda para muitos, mas que também se transformasse numa espécie de referência para outros cavaleiros durante a Idade Média.

Esta canção foi transcrita pelo copista Pedro Abád no século XIV, e o manuscrito dela está guardado na Biblioteca Nacional da Espanha, sendo até hoje tratada como uma verdadeira joia do cancioneiro castelhano.

A verdadeira História do mito

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A verdade é que relatos mais fiéis à sua verdadeira trajetória mostram que El Cid talvez não tenha sido tão nobre e tão valente como contam as lendas e como canta a canção citada anteriormente.

Órfão de pai aos 15 anos, acabou sendo levado à corte do rei Fernando I de Leão, e se tornou amigo do infante Sancho, tendo uma educação regrada, conduzida em grande parte no monastério de San Pedro de Cardeña.

Após a morte de Fernando I, o reino foi dividido entre os seus filhos, ao passo que Sancho não concordou com tal divisão, decidindo lutar para reunificar o reino de seu pai. Nisto contou com a ajuda de El Cid, que na época tinha sido nomeado Alferes do reino.

Com apenas 23 anos, Rodrigo venceu o alferes de Navarra, Jimeno Garcés, e ganhou o apelido de Campeador, sendo que em pouco tempo, passou a ser conhecido entre os mouros simplesmente como El Cid.

Após a morte de Sancho, que se deu num ato de traição, El Cid se afastou do novo rei, Alfonso VI (irmão de Sancho), e é aí que residem as maiores contradições de sua história.

Alguns relatam que ele teria ido até Zaragoza acompanhado de 300 dos melhores cavaleiros da região, outros dizem que se casou por interesse com a filha do Conde de Oviedo e por aí vai… Há até quem diga que tenha vendido seus serviços para um rei mouro.

Fato é que El Cid acabou se tornando um dos nomes mais lembrados e venerados quando o assunto é cavaleiro medieval.