O solo é constituído essencialmente por matéria mineral, matéria orgânica, água e ar. É portanto, considerado como um sistema trifásico pois divide-se em três frações: fração sólida (matéria mineral associada a matéria orgânica), fração líquida (água) e fração gasosa (ar). As proporções de matéria orgânica e matéria mineral podem variar consoante a natureza dos solos. No entanto, quer estes tenham muita ou pouca matéria mineral ou matéria orgânica os solos contêm proporções variáveis de água com substâncias dissolvidas ( solução do solo) e ar(atmosfera do solo).

A matéria mineral do solo pode incluir, em proporções variáveis, fragmentos de rocha, minerais primários, em resultado da fragmentação da rocha-mãe, e minerais de origem secundária, estes resultantes da alteração dos primários nomeadamente, os minerais de argila, óxidos e hidróxidos de alumínio e ferro e por vezes, carbonatos de cálcio, magnésio, entre outros. Apresentam-se na forma de fragmentos ou partículas de formas e dimensões muito variáveis desde pedras de cascalho até materiais tão finos que apresentam propriedades coloidais. As proporções destas partículas no solo permitem definir a textura deste. 

A matéria orgânica do solo é constituída por restos de plantas e outros organismos, em estado mais ou menos avançado de decomposição ( devida essencialmente à actividade de microrganismos), incluindo substâncias no estado coloidal. Esta acumula-se principalmente à superfície dos solos, facilitando assim a penetração das raízes, a retenção da água e o arar dos solos. è rica em nutrientes como o azoto e o enxofre que são fundamentais às plantas. 

A matéria orgânica que sofreu intensa decomposição através de processos químico – biológicos e atingiu um certo grau de estabilidade é designada por húmus, uma camada de cor escura e heterogénea com propriedades coloidais.
O teor em matéria orgânica de um solo é possível determinar através do processo de calcinação que consiste em queimar o solo seco a altas temperaturas. Antes deste procedimento é necessário a secagem do solo e a sua pesagem.
A água e o ar do solo ocupam os espaços intersticiais existentes entre as partículas terrosas e entre agregados de partículas cuja forma, dimensão, etc…, caracterizam a estrutura do solo. 

A água desempenha uma acção fundamental na formação do solo, e é indispensável à vida das plantas, no entanto a sua quantidade é variável devido à precipitação e irrigação, à textura, estrutura, relevo e teor em matéria orgânica. A água do solo contêm uma grande variedade de substâncias dissolvidas, solução à qual é dado o nome de solução do solo.
À água avaliada experimentalmente dá-se a designação de água capilar, pois esta é sujeita a fenómenos de capilaridade, constituindo películas contínuas em torno das partículas do solo e é esta água que é absorvida pelas plantas. No entanto, no solo encontra-se ainda a água de constituição, integrante da estrutura química da fracção sólida do solo, a água higroscópica, absorvida à superfície dos colóides e, por fim, a água gravitacional, que se desloca sob a acção da gravidade e não é absorvida pelo solo. 

O ar do solo ocupa os espaços não preenchidos pela água e é constituído por azoto, oxigénio e vapores de água, podendo encontrar-se ainda outros gases em quantidades vestigiais, provenientes do metabolismo microbiano.
O ar apresenta um papel importantíssimo para a manutenção da vitalidade dos solos, que influi sobre a intensidade de reacções químicas e biológicas que se processam nos mesmos, sendo também indispensável na respiração das raízes das plantas. 

As proporções de água e ar no solo podem variar consideravelmente num curto espaço de tempo. Sobre a matéria orgânica e fragmentos rochosos erosionados actua uma série de forças combinadas, físicas, químicas e bióticas, para produzirem um solo que possui uma certa porosidade onde podem ser retidos a água ( solutos orgânicos e inorgânicos dissolvidos, constituindo a solução do solo) e os gases( sobretudo azoto e oxigénio). Com a presença de oxigénio no solo ocorrem oxidações que dão origem a um composto de cor vermelha designado por hematite. Se ocorrer hidratação, formar-se-á um composto amarelo – acastanhado designado por limonite. 

Para a determinação do teor de água num solo é realizada a sua pesagem e secagem numa estufa, para posteriormente, nova pesagem. 

A percentagem de ar é avaliada através do processo de saturação com água, sendo determinado o volume de ar libertado. 

Assim, os solos podem ser considerados orgânicos se contêm mais de 20% de matéria orgânica (nos casos de textura grosseira), ou mais de 30% (nos casos de textura média ou fina) em espessura superior a 30cm. Todos os restantes solos, que são os mais vulgares, são designados por solos minerais.