O tracoma é uma ceratoconjuntivite crônica, caracterizada pelo desenvolvimento de folículos, hipertrofia papilar e formação de pano, que, de modo típico, descrito adiante, leva à formação de uma cicatriz e, algumas vezes, à cegueira. É causado pela Chlamydia trachomatis.

Quadro clínico

Os sintomas iniciais do tracoma são lacrimejamento, secreção mucopurulenta e irritabilidade ocular. Os primeiros sinais incluem hiperemia conjuntival e hipertrofia folicular.O exame biomicroscópico da córnea revela ceratite epitelial, infiltração subepitelial e extensão dos vasos do limbo para a córnea ( pano). A progressão do pano através da córnea, a cicatrização dos tecidos subepiteliais, a deformação das pálpebras, a infecção bacteriana secundária e a cegueira vão se desenvolvendo durante meses e anos. Não há sinais ou sintomas de infecção sistêmica. 

Diagnóstico laboratorial

O diagnóstico pode ser feito pelo isolamento do agente, ou através de sorologia. Para o isolamento do agente utiliza-se raspagem da conjuntiva, obtendo-se células epiteliais, onde se procura demonstrar, através da coloração de Giesma, as inclusões citoplasmáticas típicas das clamídias. Outro método muito mais sensível utiliza anticorpos fluorescentes pra evidenciar a presença a presença das clamídias nos raspados conjuntivais.

A sorologia também é um método bastante utilizado, demonstrando-se anticorpos por imunofluorescência tanto no sangue, como na lágrima de pacientes infectados.

tratamento

Nas áreas endêmicas o tracoma deve ser diagnosticado e tratado nas crianças, a fim de se prevenirem lesões intensas que levam a cicatrizações comprometedoras da córnea. As tetraciclinas e as sulfas são os medicamentos por 3 semanas e tetraciclina oftálmica aplicada 4 vezes ao dia durante 6 semanas. Na infecção crônica, altas doses sistêmicas de tetraciclinas podem suprimir os sinais clínicos, mas não conseguem erradicar a infecção.

epidemiologia

Acredita-se que mais de 400 milhões de pessoas em todo o mundo estejam infectadas com tracoma, e que, destas, 20 milhões ficaram cegas. O tracoma é transmitido por contacto, de olho a olho, através dos dedos e de fomitos, por exemplo, toalhas de uso comum. A doença é mais prevalente na Ásia e África e, particularmente, onde as condições de higiene são precárias e a água é escassa. Nestas áreas endêmicas a infecção pode ser adquirida universalmente na infância; lesões oculares graves resultam de superinfecções bacterianas recorrentes.