Praticidade do Sistema Taxonômico dos Fungos

Outros fatores que interferiram na praticidade do sistema taxonômico dos fungos

Outros fatores que interferiram na praticidade do sistema taxonômico dos fungos imperfeitos têm a ver com o entusiasmo e a dinâmica dos micologistas puros na aplicação de técnicas modernas que, à exceção da microscopia eletrônica de varredura, que resultou em ampliar a aplicação de elementos morfológicos já tradicionalmente utilizados na sistemática, levaram a uma grande sofisticação na busca da pureza filogenética dos táxons.

Referimo-nos à microscopia eletrônica, à biologia molecular e às análises proteicas e genômica. Estas são técnicas de alta sofisticação, inacessíveis à grande maioria dos fitopatólogos. Mesmo a conidiogênese, estudo da maneira como se originam os conídios, que é uma técnica menos complexa utilizada para separar vários gêneros de fungos, exige equipamentos de utilização complexa como as microscopias de fluorescência, eletrônica e eletrônica de varredura.

A grande maioria desses equipamentos inexistem em um laboratório comum de fitopatologia. Entretanto, a nosso ver, como a morfologia é um reflexo da herança genética e, conseqüentemente, dos genomas, os mesmos impasses que hoje existem nas análises morfológicas existirão no futuro, quando as técnicas de biotecnologia sofisticadas estiverem em plena utilização.

Existirão apenas diferenças nos pontos de separação de um todo que é inseparável porque no processo de evolução a natureza não os separou. Quanto ao esquema atualmente utilizado para deuteromicetos e que no passado compreendia várias Ordens (Moniliales, Melanconiales, Sphaeropsidales, etc.) e Famílias (Moniliaceae, Dematiaceae, Stilbelaceae, Tuberculariaceae, Melanconiaceae e Sphaeropsidaceae, etc.), foram reduzidos a três grupos artificiais derivados daqueles previamente utilizados, no passado, como nomes taxonômicos formais, ou seja:

1. Coelomycetes – incluindo fungos produtores de conídios em estruturas ou corpos de frutificação (conidiomatas) denominadas picnídios e acérvulos (antigamente incluídos nas famílias Sphaeropsidaceae e Melanconiaceae), respectivamente;

2. Hyphomycetes – Não formadores de conidiomatas ou corpos de frutificação, mas de conidióforos, nome dado a hifas especializadas e produtoras de conídios com formas e arquitetura variável. Este grupo compreende fungos: a)-moniliaceous, com hifas e conídios hialinos ou palidamente coloridos; b)- dematiaceous, com hifas e conídios fortemente pigmentados; c)-stilbelaceous, produzindo um tipo de estrutura de feixes de hifas férteis, produtoras de conídios hialinos ou coloridos, denominada sinêmio ou corêmio.

3. Micelia Sterilia – Grupo no qual não há produção de conídios. A multiplicação é realizada através de esclerócios irregulares (Rhizoctonia) ou esféricos (Sclerotium), ou ainda pela fragmentação das hifas do micélio somático.Os Coelomicetos e Hyphomicetos têm sido relacionados como formas anamórficas dos ascomicetos e Micelia Sterilia, com basidiomicetos.

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