Universidade chinesa investiga possível edição de genes de gêmeas feita por professor

Uma universidade chinesa está envolvida em uma grande polemica. A Universidade de Ciência e Tecnologia do Sul, de Shenzhen confirmou que abriu um procedimento de investigação interna para um professor associado que publicou vídeos no YouTube alegando que editou os genes de gêmeas nascidas no inicio do mês.

Além disso, nos vídeos que foram publicados, o professor associado defendeu sua ética de trabalho. Por outro lado, a instituição emitiu uma nota oficial afirmando que não estava ciente de que o projeto, de fato, estava acontecendo, e que o acadêmico He Jiankui estava em licença não remunerada desde fevereiro.

A instituição também afirmou que o trabalho acaba sendo uma violação grave da ética e dos padrões acadêmicos.

A escola emitiu o comunicado depois que He disse em cinco vídeos publicados no YouTube nesta segunda que usou uma tecnologia de edição genética conhecida como CRISPR-Cas9 para editar os genes de duas gêmeas. O processo de edição, que ele chama de cirurgia genética, “funcionou com segurança, como pretendido”, e as duas são “tão saudáveis quanto qualquer outro bebê”, disse em um dos vídeos. Foi impossível verificar as afirmações, uma vez que He não apresentou nenhuma documentação escrita de sua pesquisa.

A tecnologia utilizada permite que os cientistas copiem e colem partes diferentes do DNA. Basicamente esta tecnologia está sendo pensada como uma esperança para o desenvolvimento de curas genéticas para doenças. O problema é que essas pesquisas estão causando diversos questionamentos em relação à segurança e a ética.

“Se for verdade, este experimento é monstruoso”, disse Julian Savulescu, diretor do Centro Oxford Uehiro para Ética Prática da Universidade de Oxford.

No comunicado, a instituição afirmou que criou um comitê independente de especialistas para conduzir uma investigação completa sobre o caso. O professor segue de licença remunerada até o ano de 2021.

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