Com o desmatamento, há uma quebra no equilíbrio ecológico, pois ele afeta a evaporação, dificulta a infiltração da água no solo e diminui o abastecimento dos lençóis de água e dos próprios rios. Além disso, compromete a biodiversidade, quer dizer, a variedade de formas de vida, que é imensa nesse ambiente; pode significar até mesmo a eliminação de espécies vegetais desconhecidas.

Em uma pequena porção de 300 centímetros cúbicos de floresta, podem-se encontrar l 500

espécies diferentes de animais e vegetais. Para se ter uma idéia dessa riqueza, basta lembrar que numa única árvore amazônica já foram encontradas 43 espécies diferentes de formiga.

OUTRAS FORMAÇÕES VEGETAIS

Embora cerca de 90% da superfície da Região Norte seja cobertos por florestas, outras formações vegetais estão presentes.

Os campos ou campos de hiléia aparecem principalmente na Ilha de Marajó, onde os solos são muito arenosos e permanecem alagados num período do ano. Esses campos servem de pasto natural para o gado.

No Norte, também há cerrados, que predominam em Tocantins, além de aparecer em pequenos trechos dos outros estados da Região, particularmente em Roraima. São formados de arbustos esparsos e baixos, entremeados por gramíneas.

No litoral do Pará e do Amapá, a vegetação litorânea caracteriza-se pela presença dos manguezais, formados de plantas adaptadas a terrenos com muito sal, que são invadidos pelo mar durante a maré alta.

OS SOLOS

Os solos são formados pela decomposição das rochas, que ocorre sob a ação da água que provém das chuvas e dos rios. Em áreas quentes e úmidas como a Região Norte, os solos podem ser profundos, pois a ação do calor e da água é bastante intensa sobre as rochas.

Até algum tempo atrás, acreditava-se que os solos da Região Norte fossem bastante férteis, uma vez que abrigavam uma floresta tão densa e variada. No entanto hoje se sabe que isso não é verdade.

A riqueza da floresta não se deve às condições do solo, mas ao humo gerado pela própria floresta: uma grande quantidade de matéria vegetal, como galhos, folhas, flores e frutos, cai das árvores e fica depositada no chão, misturada a restos de animais mortos; com o calor, a umidade e o trabalho de microrganismos, essa matéria vegetal e animal decompõe-se, formando o humo, que contém os nutrientes necessários às plantas da floresta.

Quando a mata é derrubada, a erosão pluvial carrega a camada de humo. Além disso, as águas caem livremente sobre o solo, formando enxurradas que levam grande quantidade de terra. Nos terrenos inclinados, a erosão é mais ativa, causando desmoronamentos e formando valetas profundas, chamadas voçorocas. Nas áreas cobertas de florestas, a erosão é menor, pois as raízes das árvores seguram o solo, e a folhagem impede o impacto direto da água da chuva sobre a superfície.

Os solos mais ultilizados para a prática da agricultura de subsistência são os de várzeas devido à grande quantidade de nutrientes depositadas pelos rios de formação sedimentares (águas barrentas). No entanto as grandes empresas e os latifundiários ultilizam-se das áreas de terra firme, mais pobres e de rápido esgotamento provocando grande desequilíbrio ambiental, por não haver uma reposição da floresta desmatada.