3. Mecanismo da centralização monárquica 

Apoio da burguesia e política financeira do Estado 

O fortalecimento do poder real dependia de alguns fatores. Inicialmente, a principal dificuldade era conseguir o apoio da burguesia mercantil aliada ao comércio internacional e da burguesia local dominada pelo rei. Após conseguir esse apoio, começou-se empregar a política tributária. Recebiam-se impostos da burguesia, que em compensação, pretendia receber o apoio do poder real contra os nobres e contra os obstáculos que eles simbolizavam para o comércio. Os impostos se constituíram uma importante fonte de renda para o Estado. 


A trágica Noite de São Bartolomeu (1572), quando milhares de huguenotes foram massacrados, relaciona-se com as lutas religiosas ocorridas na França durante o século XVI.

A situação financeira do Estado influenciou o surgimento de uma política de emissão monetária, que estava em oposição aos interesses comerciais, pois causava a subida dos preços. Porém, havia uma vantagem nessa situação: o meio circulante se uniformizou com a substituição das moedas locais que os senhores feudais cunhavam pela moeda real. 

A diplomacia 

A diplomacia também foi um meio da centralizaçã. O uso da diplomacia pelos reis causou um grande efeito, causavam intrigas entre os nobres e depois ligavam as propriedades de ambas as partes. A partir daí a razão de Estado começa a se sobressair. 

Os representantes reais, denominados bailios e senescais, foram encarregados de cobrar os impostos e distribuir a justiças nas regiões reconquistadas aos nobres. 

O tribunal real era outra fonte de renda, pois os condenados poderiam apelar a última istância julgadora, onde pagando uma contribuição pecuniária seriam inocentados. Os tribunais eclesiásticos também passaram a ser controlado pelo rei, que deixava os religiosos condenados nos tribunais eclesiásticos a terem um julgamento no tribunal civil. 

O tribunal real estava acima dos tribunais feudais, pois ele era considerado a última instância julgadora. Os condenados nos tribunais feudais poderiam recorrer ao tribunal real, e geralmente esses recorrentes eram inocentados por meio de um tributo pecuniário. Destarte, a justiça passou a ser uma nova fonte de renda para o Estado. Até mesmo o clero ficou sob o controle do rei, até então os religiosos eram julgados somente pelos tribunais eclesiásticos, a partir daí foram impostos a um segundo julgamento no tribunal civil, e lá poderiam ser condenados até à pena capital. Assim, foram cancelados os requerimentos para julgamento em última instância no tribunal papal. 

A legitimação do poder 

O monarca pretendia realizar a legitimação do poder real. Despertava o estudo das leis e o ensino universitário. Os legistas eram encarregados de redigir as leis do reino e trabalhavam na administração. Além disso, esses funcionários reais interpretavam o Dereito Costumeiro, estudavam o Direito Romano, com a intenção de obter um acordo legal que concedesse uma licença ao rei de exercer o poder absoluto.