2. Condições para a centralização monárquica 

Fatores socioeconômicos: a aliança rei-burguesia 

O desenvolvimento econômico europeu e a centralização do poder real estão fortemente relacionados, pois a economia mercantil deu origem à burguesia, que tinha condições de disputar com os aristocratas a superioridade política, e o enfraquecimento da nobreza feudal permitiu melhores condições para a centralização monárquica. 

O interesse dos comerciantes era na centralização do poder político, pois com esse sistema seria possível a uniformização de moedas, pesos e medidas, acabando com a multiplicidade de barreiras no interior do país e condicionando à burguesia uma expansão externa. 

Fatores políticos e religiosos: os nobres e a Igreja perdem seu poder

O poder nacional, representado pelos reis, teve uma importante ascensão devido ao enfraquecimento do poder senhorio. Neste período, no campo internacional europeu, nota-se uma considerável caída do poder universal, simbolizado pelo Papado e pelo Império. 

A Reforma Religiosa do século XVI abalou o poder papal e de forma indireta afetou o Império, pois o poder político imperial era estabelecido pelo poder espiritual do Papado, e esse fato contribuiu para a decadência do poder universal. Neste momento, o sistema político dos príncipes alemães visava afastar o poder imperial e organizar um poder absoluto no plano local, apoiados pela burguesia. 

O fim do poder papal permitiu aos reis o controle das Igrejas nacionais e o recebimento das rendas eclesiásticas. Os tribunais do Papado, que controlavam a disciplina eclesiástica, foram substituídos pelo tribunais reais, possuidores do poder judicial.