Os vírus se aderem à parede celular, penetram, se multiplicam, amadurecem e, finalmente, se liberam. Nos vírus de plantas, aparentemente, não existe a capacidade de penetração, havendo necessidade de colocar a partícula do vírus em contato direto com o ambiente intracelular.

Nos vírus de plantas, a primeira fase do processo de infecção é a adsorsão. O vírus deve ser introduzido na célula, injuriada mas não morta, entrando em contato íntimo e se unindo com a substância viva da célula. Essa união é instantânea de modo que a lavagem imediata do tecido inoculado com água não reduz a infecção. Comprovou-se, experimentalmente, que a imersão de folhas de Nicotiana glutinosa, logo após inoculação como RNA do TWV, em uma solução de RNA se, suficiente para destruir o RNA não reduz o número de lesões locais.

Aparentemente, os vírus de plantas, logo após a adsorsão, de desfazem da parte protéica liberando o RNA. Segue-se um período de latência ou de eclipse durante o qual o vírus não pode ser detectado. A duração desse período depende da temperatura, do conteúdo de vírus no inoculo e da sensibilidade do método. Depois dessa fase o vírus se torna detectável e o seu conteúdo nos extratos sucessivos aumenta rapidamente. 

O fenômeno dominante da infecção por vírus é a replicação intracelular. Sabe-se, hoje, que os vírus de plantas consistem de dois componentes químicos, RNA infeccioso e a proteína do vírus. Essa proteína não exibe nenhuma atividade enzimática conhecida, não podendo iniciar por si a infeção e, aparentemente, servindo somente como capa protetora para o RNA. (nos bacteriófagos a capa protéica exibe atividade enzimática e a penetração assume um caráter ativo). O RNA, por seu lado, possui a capacidade de causar infeção que resulta na formação de partículas típicas do vírus. Parece, portanto, carregar a informação genética para reproduzir não somente a si próprio mas também a parte protéica do vírus.

Especificidade de Hospedeiros e Tecidos

Os vírus, tanto de plantas como de animais, apresentam uma gama determinada de hospedeiros. Assim, o vírus da febre amarela urbana tem como hospedeiros somente o homem (transmissor: mosquito do gênero Aedes); o da febre amarela silvestre, o macaco e o homem (transmissor Haemogogus); o da Tristeza do Citrus, somente plantas cítricas; TWV pelo menos 74 espécies vegetais distribuídas em 14 famílias. Em vírus animais e especificidade vai até o nível histológico, servindo de base para classifica-los em vírus: vírus dermotrópicos (varíola, varicela, sarampo, rubéola, etc.), vírus pneumotrópicos (gripe, resfriado, etc.) vírus neurotrópicos (raiva, poliomielite, encefalites, etc.), vírus hepatotrópicos (febre-amarela, hepatite) e vírus linfo e glandulotrópicos (caxumba, linfogranuloma inguinal).