2As técnicas de DNAs recombinantes são importantes mecanismos para a inserção de genes em bactérias. Com esses processos, também é possível se manter uma alta produção de substâncias de diferentes tipos e utilidades.

Você já sabe que o gene é um pequeno fragmento de DNA. Uma importante sequência de nucleotídeos que é formada de forma bem específica. Os genes produzem RNAs e proteínas. Depois que a ciência descobriu que um gene corresponde à produção de proteínas foi possível pensar em vários outros avanços. O cientista compreendeu que se somos capazes de ingerir genes humanos em determinadas bactérias elas poderão produzir excelentes aminoácidos e ribossomos que são importantes para a nossa sobrevivência.

Tal conquista foi extremamente importante, pois a bactéria não produz a proteína humana apenas pelo fato de não ter a receita. E quem é a tal receita? O gene humano que compõe o seu genoma natural. Falar de DNAs recombinantes é mostrar a vocês como que se faz as inserções de genes humanos em bactérias para que elas consigam trabalhar bem a nosso favor, garantindo muitas proteínas extras para o nosso consumo.

Como funciona o mecanismo

1A bactéria já tem, em sua estrutura, uma capacidade nata para fazer inserções de fragmentos de DNAs encontrados em qualquer espaço do meio ambiente ou nos próprios genomas. Elas ainda conseguem efetuar o corte de alguns desses fragmentos e captá-los. É o caso, por exemplo, de um vírus que pode introduzir seu próprio DNA em bactérias hospedeiras. As chamadas enzimas de restrição agem nesse momento. Também conhecidas como endonucleases, permitirão as quebras por meio de hidrólises. Essas últimas são alguns tipos de materiais genéticos que passam a ser incorporados ou introduzidos a partir de vetores.

No primeiro momento, torna-se necessário o isolamento do material para que a produção ocorra em laboratório. Os genes serão inseridos em bactérias hospedeiras. A partir daí, tal gene começa a captar o RNA mensageiro de células humanas. Esse RNA é colocado em um espaço que contenha enzima do tipo transcriptase reversa. O que seria? Um tipo de enzima particularmente presente nos retrovírus. Elas criam sequências gênicas com DNA que levam ao surgimento do RNA mensageiro específico. Para tal reação, damos o nome de transcrição reversa.

Quando se isola um tipo de Ilhota Pancreática beta, o RNA mensageiro ali envolto para a produção de insulina vai ser exposto ao processo de transcriptase reversa. Com isso, serão criadas sequências de DNA originais dos genes humanos da insulina. A esse processo, insere-se as bactérias hospedeiras. Os genes de interesse serão colocados em determinado espaço que contenha fragmentos de DNA com bactéria circular também conhecido como plasmídio. Ali também estão as enzimas com restrição bacteriana. Esse plasmídio pode ser obtido a partir do rompimento de algumas células bacterianas.

O que ocorre quando esses três itens estão juntos? A junção da enzima de restrição, o gene de interesse isolado e o plasmídio bacteriano resulta no DNA recombinante. A enzima de restrição vai cortar o plasmídio e os genes de interesse. Em seguida, haverá ligação de algumas sequências que se complementam e criam um plasmídio transgênico que vai conter os genes de interesse inseridos nos genomas originais.