Monarca italiano de origem incerta, mas que teria vivido sua infância em Constatinopla, criador do reino ostrogodo da Itália, o maior dos principados germânicos estabelecidos no território do antigo Império Romano do Ocidente. Sucedeu o pai, o chefe ostrogodo Teodomiro, quando da morte deste (471) e estabeleceu sua nação na Mésia inferior, hoje Bulgária, onde manteve constantes relações hostis com outro grupo de ostrogodos, chefiados por Teodorico Estrabão. Nomeado patrício e cônsul pelo imperador romano Zenão, foi enviado à Itália (488) para derrubar o chefe germânico Odoacro e governar a península em seu nome.

Acompanhado de seu povo, cerca de cem mil pessoas, chegou à Itália (489) e finalmente, em Ravenna, eliminou o rival (493), tornando-se praticamente o rei da Itália durante cerca de 33 anos. Chegou a ser reconhecido como principal soberano do Ocidente, embora teoricamente devesse obediência política ao imperador romano.

Cercado de conselheiros romanos, desenvolveu um governo, com sede em Ravenna, marcado por duradoura paz na região cuidadosamente zelada através da valorização das tradições e instituições imperiais e da estrita, porém harmônica, separação entre godos e romanos, permitindo, por exemplo, a coexistência do cristianismo e do arianismo professado pelos godos, porém nos confrontos com a igreja romana prendeu o papa João I, que morreu na prisão.

Aprovou um conjunto de sentenças baseadas em leis romanas, o Edicto, com o propósito de submeter ambos os povos à mesma lei, no entanto manteve seu exército composto somente de ostrogodos e proibiu o porte de armas aos romanos. Morreu em Ravena deixando o reinado independente para seu neto Amalarico (526-531). Uma nota triste de seu reinado foi a execução (524) do filósofo Boécio, seu antigo conselheiro.