1A segunda geração dos poetas que segue à geração de Gonçalvez Dias é caracterizada pela exasperação do subjetivismo da introversão, pelo exagero do sentimentalismo da imaginação.

O principal representante dessa geração é Álvares de Azevedo, que foi secundado por Fagundes Varela, Junqueira Freire, Laurindo Rebelo e Casimiro de Abreu. Esse período marcou o humor, o satanismo, os temas roceiros e caboclos. Os poetas brasileiros da segunda geração romântica buscaram inspiração nas publicações de autores como Lord Byron, Goethe, Chateaubriand e Alfred de Musset.

Esses autores eram chamados de “byronianos” e pregavam, em suas obras, o individualismo, egocentrismo, negativismo, dúvida, desilusão, tédio. Eram sentimentos que ajudavam a fugir da realidade. Daí o fato de tal geração de autores também ser chamada de ultra-romântica. É um tema recorrente, nesse período, a infância como ideal. A mulher sendo representada como uma bela virgem exaltada. A morte acaba sendo uma válvula de escape. Principais autores dessa geração no Brasil: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela.

Lord Byron (1788 – 1824)

George Gordon Byron, poeta romântico inglês, terminou por influenciar vários outros autores. Lembrados a partir do termo “spleen”, que significa tédio, mau humor e melancolia. O amor não correspondido, a descrença, a associação da morte como solução era comum em vários desses escritos.

Uma taça feita de um crânio humano

Não recues! De mim não foi-se o espírito…
Em mim verás – pobre caveira fria –
Único crânio que, ao invés dos vivos,
Só derrama alegria.

Vivi! amei! bebi qual tu: Na morte
Arrancaram da terra os ossos meus.
Não me insultes! empina-me!… que a larva
Tem beijos mais sombrios do que os teus.

Mais vale guardar o sumo da parreira
Do que ao verme do chão ser pasto vil;
– Taça – levar dos Deuses a bebida,
Que o pasto do réptil.

Que este vaso, onde o espírito brilhava,
Vá nos outros o espírito acender.
Ai! Quando um crânio já não tem mais cérebro
…Podeis de vinho o encher!

Bebe, enquanto inda é tempo! Uma outra raça,
Quando tu e os teus fordes nos fossos,
Pode do abraço te livrar da terra,
E ébria folgando profanar teus ossos.

E por que não? Se no correr da vida
Tanto mal, tanta dor ai repousa?
É bom fugindo à podridão do lado
Servir na morte enfim p’ra alguma coisa!…

Lord Byron
(Tradução de Castro Alves)