5. A cultura brasileira na república velha

Assim como na monarquia, durante a República Velha a cultura continuou sendo um direito exclusivo da elite. A educação costumava enfrentar diversos problemas, pois ainda não existiam alguns dispositivos constitucionais que garantissem um projeto amplo e sistemático de educação.
 
Os limites da educação

A educação desse período acabou enfrentando alguns sérios problemas devido à falta de ordem constitucional que deveriam garantir. Não havia um plano nacional de educação para cuidar deste assunto com maiores cuidados, dando atenção para os seus muitos níveis. Mesmo com tal situação na educação, existiam alguns intelectuais da época que mostravam sua preocupação em relação a esta questão, podemos citar aqui o exemplo de Olavo Bilac que em meados de 1915 começou alguns de seus discursos de um cidadão que tem amor a sua pátria, entrando em defesa do serviço militar.
Em 1920 foi criada a primeira universidade pública do país a Universidade do Rio de Janeiro.
Em relação às escolas primarias, de acordo com a Constituição de 1891, a sua organização deveria ser um dever dos estados, mas isso não acontecia. Também existia a Escola Normal, que tinha como formação o “ensino pedagógico”, porém na sua grade curricular não estavam presentes disciplinas como Psicologia e Metodologia que são matérias especificas de um curso de Pedagogia. Mesmo sendo uma área que abrange para os dois sexos, nesta escola a presença de mulheres era predominante, lá se formavam as moças de classe média, ou como costumamos chamar, jovens burguesas. 

A literatura

Na literatura se destacava o pré-modernismo com alguns autores que falavam da realidade brasileira, mesmo com algumas influências européias.

Os autores que tiveram grande destaque juntamente a suas obras foram:

• Euclides da Cunha com Os sertões, que tratava, em uma linguagem jornalística, sobre a guerra dos canudos;

• Lima Barreto, com sua obra Triste fim de Policarpo Quaresma, que se referia à imagem do major Quaresma,

• Monteiro Lobato, com sua obra Urupês, na qual criou o imortal o personagem Jeca Tatu.

A década de 1920 foi marcada por um movimento modernista brasileiro que se rebelava contra o elitismo e o europeísmo. Mas foi em 1922, que o modernismo atingiu o seu ponto culminante, quando teve inicio a Semana de Arte Moderna que aconteceu em São Paulo. Este movimento tinha como objetivo a modernização da cultura, com base em elementos naturais da nossa nação.
Neste período podemos conhecer nomes importantes como: Oswaldo de Andrade, Mário de Andrade e Manuel Bandeira. 

As artes Plásticas

As artes plásticas eram marcadas por algumas tendências da Europa, mas o que mais predominava eram as características da França. Mas logo sugiram dois novos estilos, que vieram depois da guerra, o Art Nouveau que tem como característica sua ruptura com as tradições, e o Nativismo. Mas esses movimentos aconteceram devido ao crescimento de São Paulo, que vinha se expandindo no setor urbano e industrial, com esse crescimento e o advento de imigrantes para São Paulo, o meio artístico entrava em contato com as tendências européias. 

Música 

Heitor Villa-Lobos com a música erudita é o compositor mais ilustre fora do Brasil, fortalecendo a linguagem musical com características brasileira. Dentre as suas obras podemos destacar: “Bachianas Brasileiras”, “Cirandas”, “Choros” e “Cirandas”. Viajando pelo Brasil, Villa-Lobos usufruiu de elementos do folclore, deixando um acervo musical bastante diversificado, que envolve todos os gêneros musicais.
Durante a Semana de Arte Moderna, tivemos várias discussões sobre os rumos que música brasileira deveria seguir e sobre o afastamento das influências européias na música brasileira. A partir daí, em 1928, Mário de Andrade publicou um livro chamado “Ensaio Sobre a Música Brasileira”.

                                                                                                                            

A obra trazia sugestões para compositores, como por exemplo, buscar inspiração na realidade nacional, focando principalmente o folclore musical brasileiro. Daí, começamos a notar cada vez mais a influência dos elementos africanos herdados pela nossa nação, presentes na música popular brasileira. 

A primeira composição musical feita para as festas de Carnaval foi a marcha “Ô Abre Alas”, de Chiquinha Gonzaga, em 1889. Por ter uma letra simples e um ritmo bem descontraído, logo a música já estava na boca do povo, que saía pelas ruas cantando.

Até 1917, o Carnaval não tinha um ritmo capaz de caracterizá-lo, e foi neste ano que a música “Pelo Telefone” foi lançada na voz de Ernesto dos Santos, com um samba carnavalesco, e a partir daí as músicas brasileiras se tornaram cada vez mais populares. 

O teatro

Até o principio do século XX, o teatro brasileiro seguia as influências européias. Até que Artur de Azevedo protestou contra esta situação no teatro, criando sátiras musicais que abordavam problemas sociais existentes na época. 

Suas peças mais conhecidas são: O Mambembe e A Capital Federal, sendo destaques na literatura dramática nacional. 

A Primeira Guerra Mundial rompeu as relações do Brasil com os centros culturais europeus, e assim foram eclodindo as companhias teatrais brasileiras, que traziam peças que abordavam temas da realidade brasileira como a vida no campo, a oposição entre classe média e os latifundiários, que valorizam o Brasil como sendo o melhor país do mundo. 

Até então, o teatro era meramente improvisado pelos atores, não havia um diretor administrando a peça, em conformidade aos conceitos do autor. 

Os atores teatrais de destaque neste período foram: Procópio Ferreira, Apolônia Pinto e Leopoldo Fróes. E os autores foram: Claudio de Sousa, com a peça Flores de Sombra, Gastão Tojeiro, com a peça Onde Canta o Sabiá, e Armando Gonzaga, com a peça Cala a Boca Etelvina.