1Uma rede corresponde a um conjunto de pontos que se interligam. É uma definição breve, mas que serve bem ao nosso objetivo. É o que podemos inclusive observar do ponto de vista aparente. É o que diz a teoria, por exemplo. A rede sem escala é um conjunto de pontos interligados. E quais são as redes às quais estamos acostumados em nosso dia a dia? Veja abaixo algumas delas.

Rede social: os pontos somos nós, os indivíduos. As linhas? As diversas interações sociais que são geradas entre as pessoas.

Rede genética: os genes e as proteínas são considerados pontos. As reações químicas são as linhas.

World Wide Web (WWW): chamados de nodos, os pontos são todos os documentos que compõem o HTML cujas conexões (linhas) são apontadores de uma página à outra.

Rede neuronal: os neurônios, que são pontos, passam a ser conectados pelas linhas dos axônios.

Sociedades: na nossa tradicional e antiga sociedade, cada pessoa representa um ponto que é sintetizado por laços de família, profissionais ou de amizade.

Existem também os ecossistemas, as redes alimentares, as redes de transporte e as de energia elétrica.

Como se estruturam as redes?

2Quando se estuda arquiteturas de redes, não basta apenas explicar ou caracterizar como o sistema reage às suas propriedades ou o modo como ele funciona. Não é só caso de identificar a ligação ou conexão. Na verdade, é preciso saber como os pontos se ligam, para que existem tais ligações, como eles funcionam aos estar interligados. E quando operam conjuntamente, o que ocorre? O ideal é saber a dinâmica que o sistema dessa natureza produz.

O pesquisador Fritjof Capra, no sua obra “A Teia da Vida” (CAPRA; 2004), elenca sobre tais propriedades:

“A primeira e mais óbvia propriedade de qualquer rede é a sua não-linearidade – ela se estende em todas as direções. Desse modo, as relações num padrão de rede são relações não-lineares. Em particular, uma influência, ou mensagem, pode viajar ao longo de um caminho cíclico, que poderá se tornar um laço de realimentação. (…) Devido ao fato de que as redes de comunicação podem gerar laços de realimentação, elas podem adquirir a capacidade de regular a si mesmas. Por exemplo, uma comunidade que mantém uma rede ativa de comunicação aprenderá com seus erros, pois as conseqüências de um erro se espalharão por toda a rede e retornarão para a fonte ao longo de laços de realimentação. Desse modo, a comunidade pode corrigir seus erros, regular a si mesma e organizar a si mesma. Realmente, a auto-organização emergiu talvez como a concepção central da visão sistêmica da vida, e, assim como as concepções de realimentação e auto-regulação, está estreitamente ligada a redes.”