Em Pernambuco, os investimentos concentraram-se nas cidades de Jaboatão, Cabo e Paulista, que fazem parte da região metropolitana de Recife. Nessa aglomeração, também predominam as indústrias de bens duráveis, controladas por capitais sediados no Centro-Sul.

O Ceará seguiu trajetória diferente. Os incentivos da Sudene contribuíram para a formação de um importante pólo têxtil em Fortaleza, mantido principalmente por capitais locais e herdeiro da tradicional indústria doméstica de fiação e tecelagem. A modernização recente aumentou a eficiência das indústrias de fiação, que exibem competitividade internacional.

A industrialização incentivada conectou a economia nordestina ao Sudeste, que consome a maior parte da sua produção e fornece as máquinas e equipamentos adquiridos no mercado interno. Contudo, em escala regional, essa estratégia promoveu violenta concentração geográfica das indústrias nas metrópoles e cidades litorâneas.

O colapso do modelo de substituição de importações e a redução simultânea dos incentivos da Sudene interromperam a trajetória de integração industrial do Nordeste com o Sudeste. Na década de 1990, os governos estaduais nordestinos engajaram-se em projetos de atração de novos investimentos industriais. Esses investimentos não estão subordinados às necessidades do mercado do Sudeste mas à lógica da economia globalizada. Assim, trata-se de produzir bens de consumo duráveis e bens intermediários destinados à exportação. O baixo custo da mão-de-obra regional funciona como fator vital para a atração de capitais nacionais e internacionais.

Uma das estratégias empregadas pelos governos estaduais consistiu na concessão de incentivos diretos e indiretos, como a desoneração de tributos e a de terrenos. Outra estratégia consistiu na implantação de infra-estruturas destinadas a reduzir os custos de exportação, como os portos de Suape, em Pernambuco, e Pecém, no Ceará.

OS PÓLOS INDUSTRIAIS DA AMAZÔNIA

Nas últimas décadas, a partir de políticas estatais que induziram investimentos transnacionais e nacionais, surgiram, na Amazônia, algumas aglomerações industriais significativas. Do ponto de vista geográfico, a industrialização induzida estruturou-se sob a forma de enclaves desarticulados do conjunto da economia regional.

No Pará e no Maranhão, implantaram-se projetos metalúrgicos baseados nos grandes empreendimentos minerais da Amazônia oriental. A CVRD, associada a poderosas transnacionais, controla esses projetos voltados para o mercado externo. Em Barcarena, nas proximidades de Belém, a Alumínio do Norte do Brasil S.A. (Alunorte) produz alumina, e a Alumínio Brasileiro S.A. (Aibrás) fabrica alumínio. Em São Luís, na ponta dos trilhos da estrada de ferro Carajás, a Alumínio do Maranhão S.A. (Alumar), fruto de um investimento de dois bilhões de dólares, emprega diretamente mais de 4 mil funcionários na produção de alumina e alumínio.

A estrada de ferro Carajás tornou-se um eixo de indústrias básicas, com a instalação de usinas de ferro-gusa e ferroliga ao longo dos trilhos. Nos arredores de Imperatriz, cidade servida pela ferrovia no oeste do Maranhão, foi implantado o Projeto Celmar, de reflorestamento e produção de celulose, liderado pela CVRD.