10. A unidade italiana e alemã

O processo de unificação da Itália

Após o Congresso de Viena a Itália ficou dividida em sete Estados, todos sob o poder do Império Austríaco. 

Surgiram na Itália diversas correntes com ideais de unificação. E foi em torno de Piemonte que a unificação criou forças. O conde Camilo Benso de Cavour, ministro de Piemonte, enviou tropas italianas à Guerra da Criméia, a fim de conseguir um aliado forte que pudesse ajudar na expulsão dos austríacos da Itália. 

Com a participação no conflito, Cavour recebeu o direito de participar do Congresso de Paris, onde foi discutida a questão da unificação.
Napoleão III, rei da França, apóia Piemonte na luta contra a Áustria. 

Aproveitando o apoio militar e político dos Estados vizinhos e de Napoleão III, em 1859 Cavour iniciou uma guerra contra a Áustria, e Piemonte recebeu a Lombardia. 

Napoleão, amedrontado com a mobilização da Prússia, retirou seu apoio ao movimento de unificação, e através do Tratado de Zurich firmou a paz com a Áustria. Este mesmo tratado também estabelecia a formação de uma Confederação dos Estados Italianos, comandada pelo papa Pio IX, e isso ameaçava os planos de unificação de Cavour e do Piemonte. 

As manifestações de 1859 causaram uma repercussão na Itália Central, insurgidos, os Estados pertencentes ao papa: Toscana, Parma, Módena e Romanha uniram-se ao Piemonte. Para isso, Piemonte contou novamente com o apoio de Napoleão III. 

Em 1860, o republicano Giuseppe Garibaldi liderava os “camisas vermelhas”, um exército de voluntários que unificou o sul da Itália e a Sicília. 

Na Itália Central, o Estado do papa, o único que ainda não havia sido integrado, foi invadido pelas tropas do Piemonte. Mesmo sendo contrário à instalação de uma monarquia na Itália, Garibaldi, que era um republicano, decidiu afastar-se para não atrapalhar o processo de unificação. 

Em 1861, ano em que Cavour morreu, Vitor Emanuel II declarou-se rei da Itália. Nesta época, o Piemonte já dominava quase toda a Itália, para que a unificação se ficasse completa faltava conquistar Veneza, que estava sob a tutela dos austríacos, e o Estado papal, dominado pelo papa Pio IX.
Com a guerra entre a Áustria e a Prússia (Guerra das Sete Semanas), Veneza foi conquistada. 

No entanto, Piemonte encontrou maior resistência na conquista dos Estados papais. O papa recusava-se a entregar seus Estados e a perder Roma para os unificadores. 

Napoleão III, diante do catolicismo do povo francês, ofereceu proteção ao papa, mantendo uma guarnição em Roma. Portanto, a invasão de Roma provocaria uma guerra com a França. 

Somente em 1870, com a Guerra Franco-Prussiana, os franceses deixaram a Itália para enfrentar os alemães, e os italianos aproveitaram esta oportunidade para invadir Roma, que definitivamente foi conquistada.

Processo de unificação da Alemanha

Com o Congresso de Viena formou-se a Confederação Germânica, dividida em 39 Estados independentes, sendo a Áustria e a Prússia os Estados mais influentes, mas entre ambos havia uma considerável divergência: a Áustria não aceitava a idéia da unificação da Alemanha, já a Prússia acreditava que com a unificação a Alemanha poderia progredir o seu desenvolvimento. 

Com isso, a Áustria foi excluída do zollverein, um acordo aduaneiro que liberava a circulação de mercadoria nos territórios-membros. 

Em 1862, Otto Von Bismark foi nomeado como o primeiro-ministro do rei da Prússia, sendo o ele o principal nome da unificação alemã. Totalmente dedicado a esta causa, Bismark organizou a Prússia militarmente, pois sabia que enfrentaria um conflito com o seu principal adversário: a Áustria. 

Bismark estabeleceu uma política de aliança entre a alta burguesia e os junkers, uma elite aristocrática, que mantinham o exército militar. 

Em 1863, a Dinamarca detinha o poder dos ducados do Schleswig, Holstein e Lanemburgo, cujas populações eram predominantes alemãs. Após a morte do rei Cristiano IX, os príncipes alemães dos ducados decidiram decretar a independência desses territórios. 

Eclodiu a Guerra dos Ducados, na qual a Prússia apoiava os príncipes germânicos; mas a Dinamarca, apoiada pela Áustria, venceu a guerra em 1864. Daí surgiu um novo atrito entre Áustria e Prússia, chamado Guerra das Sete Semanas, na qual a Áustria foi vencida pelos prussianos. 

A Áustria assinou o Tratado de Praga, que previa o fim da Confederação Germânica, e a passagem dos ducados para a Prússia. 

Sendo assim, a influência dos austríacos foi reduzida, abrindo caminhos para a centralização da Alemanha. 

Em 1867, os Estados germânicos se aliaram à Prússia na Confederação Germânica do Norte. No entanto, o processo de unificação encontrou resistência por parte dos Estados do sul, pois ainda eram muito apegados à soberania local. Então, Bismarck decidiu provocar uma guerra para estimular todos alemães ao nacionalismo, unificando definitivamente toda a Alemanha. 

O alvo desta grande guerra foi a França, pois era um país assumidamente contra a unificação da Alemanha. Com isso, surgiu a Guerra Franco-Prussiana (1870), na qual a Alemanha contou com o apoio dos Estados do sul, e terminou com a derrota da França. Assim, a Alemanha teve a sua unificação completa.