Um dos itens mais importantes da história do homem é, sem sombra de dúvida, a bússola. Não é difícil, inclusive, compreender o porquê. Basta imaginar como seria navegar, por exemplo, sem o uso desse pequeno instrumento. Complicado, não é mesmo? Navegar, antes da bússola, era quase um exercício de imaginação mesmo, não havendo precisão alguma, seja na rota, seja no ponto de destino. Com isso, naufrágios e acidentes fatais eram muito comuns.  Mesmo porque, nessa época, a orientação geográfica se dava pela estrela Polar, apenas, uma vez que era justamente a estrela que, aparentemente, permanecia fixa no céu.

A bússola, desse modo, seria o primeiro instrumento a propiciar, tanto a navegantes, quanto a exploradores do mar, de terra e, bem mais recentemente, do ar, a saber a direção e a localização geográficos, de maneira simples, precisa e objetiva. Sem interferência de posição de estrelas, condição de clima, ou período do dia.

A presença desse novo instrumento mudou totalmente, portanto, o panorama da navegação mundial, fazendo com que mercadorias importantes da época fossem transportadas com total eficiência e confiabilidade de que chegariam a seu destino, em tempo muito mais curto que antes da invenção. A própria Terra pareceu ver suas dimensões, antes intransponíveis, diminuírem-se e ficarem mais simples.

Bússola

 Esse objeto, tão importante, consiste em uma pequena caixa, contendo uma agulha magnetizada – ou imantada – bem no meio, que aponta permanentemente para o ponto cardeal Norte. Sem esse pequeno invento, a Era dos Descobrimentos, possivelmente, jamais teria ocorrido, ou ao menos, demoraria um período bem maior de tempo para se configurar.

Entretanto, a história da bússola é bem anterior. Para se ter uma ideia, a existência de uma pedra que tivesse a capacidade de atrair os metais foi percebida, pela primeira vez, pelo importante filósofo grego Tales de Mileto, ainda no século VII a. C. Assim, no século I d.C., na China, foi, de fato configurada a bússola, em definitivo. Utilizaram, originalmente uma colher que ficava apontando para o ponto cardeal Sul. Quase um século depois, a colher foi trocada por uma folha feita de ferro, sendo chamada, então, de “peixe que aponta para o sul” – afinal, a folha era em forma de peixe.

Esse elemento foi magnetizado pelos chineses, que aqueciam a folha, até ficar bem incandescente e, logo em seguida, resfriada, ao ser mergulhada na água. Na sequência, o objeto era mergulhado em água parada. O ‘peixe’, agora magnetizado, ficou apenas olhando e apontando para o norte. No século XI, nova transformação: finalmente o ‘peixe’ é substituído por uma agulha magnetizada, que fica suspensa por um fio de seda, para ajudar na fixação.

O aperfeiçoamento final do objeto é algo que chegou para facilitar, ainda mais, a leitura da bússola. No ano de 1302, o experiente marinheiro – e também inventor – Flávio Gioia colocou a agulha, já utilizada, sobre um cartão com uma rosa dos ventos. Ou seja, a partir de então, com uma olhada rápida, ficou mais fácil de saber para onde se está indo, programar viagens, corrigir a rota, quando, eventualmente, estivesse incorreta.