Considerado um dos continentes mais marcados por conflitos armados importantes, a África é palco de guerras civis quase que constantemente, tendo em sua História, muitos exemplos de guerras que mataram milhões de pessoas.

Portanto, nas próximas linhas, nós vamos procurar detalhar quais são as guerras civis mais sangrentas da História da África, para que você conheça em detalhes um pouco mais sobre a triste realidade deste continente.

Guerra Civil de Biafra

Guerras civis sangrentas da África

Por conta das chamadas fronteiras artificiais (fruto dos tempos da colonização e da exploração pelas potências europeias), grupos étnicos rivais acabaram sendo colocados dentro do mesmo país.

Com isto, no final dos anos 1960 e no início da década seguinte, dentro da Nigéria, a província de Biafra acabou por vivenciar um conflito entre dois grupos étnicos que viviam dentro desta ex-colônia britânica.

Havia por lá nada menos do que 250 etnias diferentes, e tudo se agravou quando uma destas etnias, a dos Ibos, tomou o poder, acirrando as disputas entre os grupos Iorubas e Hauçás e os Ibos.

Por conta de uma ação em conjunto dos outros dois grupos, os Ibos acabaram sendo massacrados no norte da Nigéria (onde eram a minoria), o que acabou por levar os remanescentes para o leste do país, na província de Biafra.

Lá os Ibos tentaram se separar do restante do país, mas sofreram com as lutas contra os grupos rivais e contra as pressões das empresas petrolíferas nigerianas, que não queriam a independência dos Ibos e de Biafra se desse.

Depois de anos de conflitos, no início dos anos 1970, e após mais de 1 milhão de mortes (a maioria de Ibos), Biafra continuou sendo parte da Nigéria.

Ruanda e Burundi

Guerras civis mais sangrentas da África

Um dos conflitos mais sangrentos e longos da História africana, a guerra civil que se desenrola nos territórios onde hoje ficam os países de Ruanda e de Burundi simplesmente já matou milhões de pessoas.

Os conflitos envolvem, na verdade, dois grupos étnicos que estão presentes na região desde o século XII: os hutus e os tutsis, que, apesar das poucas diferenças culturais e de aparência física, simplesmente se odeiam por conta de questões econômicas.

Os hutus têm por hábito trabalhar com a agricultura, enquanto que os tutsis costumam trabalhar criando gado (eis a origem da maior parte das disputas sangrentas que envolvem estes dois grupos étnicos ao longo dos anos).

Ruanda e Burundi já formaram um único país, que fazia parte da chamada África Oriental Alemã (território perdido pelos alemães ao final da Primeira Guerra Mundial, por conta da derrota da Alemanha).

A região ficou nas mãos dos belgas a partir de 1919, e os dois grupos passaram a guerrear entre si, muito por conta das fronteiras artificiais já citadas anteriormente, num conflito que se estendeu até os dias de hoje, com refugiados, massacres de civis e muito mais na conta.