África Meridional

África do Sul
A África do Sul é um país da região Meridional da África. 

Em 1910 foi criada a União Sul-Africana pela sentença do Domínio do Império Britânico, que reuniu as antigas colônias do Cabo, Natal, Orange e Transvaal. A União Africana sempre deu mais vantagens para a população dessas nações em relação aos negros, indianos e mestiços que eram cada vez mais explorados. 

As estatísticas mostram que a África do Sul é um país subdesenvolvido, e que sofre muito com a desigualdade e com problemas sociais. A expectativa de vida do país é de 58 anos, a mortalidade infantil atinge a média de 5,9%, e o IDH é 0,658. 

A população da África do Sul é formada principalmente pelos negros, porém há a presença de mestiços, asiáticos e brancos. 

Os recursos minerais fazem do país um dos maiores produtores de diamantes, manganês, ferro, urânio, carvão e grande destaque para o ouro.
O PIB do país está baseado na produção mineral, no setor industrial e principalmente no setor comercial. 

O Apartheid 

O Apartheid foi um dos regimes de discriminação mais cruéis no mundo. Ele aconteceu na África do Sul de 1948 até 1990 e durante todo esse tempo esteve ligado à política do país. A antiga Constituição sul – africana incluía artigos onde era clara a discriminação racial entre os cidadãos, mesmo os negros sendo a maioria na população. 

Em 1487, quando o navegador português Bartolomeu Dias dobrou o Cabo da Boa Esperança, os europeus chegaram à região da África do Sul. Nos anos seguintes, a região foi povoada por holandeses, franceses, ingleses e alemães. Os descendentes dessa minoria branca começaram a criar leis, no começo do século XX, que garantiam o seu poder sobre a população negra. Essa política de segregação racial, o apartheid, ganhou força e foi oficializado em 1948, quando o Partido Nacional, dos brancos, assumiu o poder. 

O Apartheid, atingia a habitação, o emprego, a educação e os serviços públicos, pois os negros não podiam ser proprietários de terras, não tinham direito de participação na política e eram obrigados a viver em zonas residenciais separadas das zonas dos brancos. Os casamentos e relações sexuais entre pessoas de raças diferentes eram ilegais. Os negros geralmente trabalhavam nas minas, comandados por capatazes brancos e viviam em guetos miseráveis e superpovoados. 

Para lutar contra essas injustiças, os negros acionaram o Congresso Nacional Africano, uma organização negra clandestina, que tinha como líder Nelson Mandela. Após o massacre de Sharpeville, o Congresso Nacional Africano optou pela luta armada contra o governo branco, o que fez com que Nelson Mandela fosse preso em 1962 e condenado à prisão perpétua. A partir daí, o apartheid tornou-se ainda mais forte e violento, chegando ao ponto de definir territórios tribais chamados Bantustões, onde os negros eram distribuídos em grupos e ficavam amontoados nessas regiões. 

Com o fim do império português na África em 1975, lentamente começaram os avanços para acabar com o apartheid. A comunidade internacional e a Organização das Nações Unidas (ONU) faziam pressão pelo fim da segregação racial. Em 1991, o então presidente Frederick de Klerk condenou oficialmente o apartheid e libertou líderes políticos, entre eles Nelson Mandela. 

A partir daí, outras conquistas foram obtidas, o Congresso Nacional Africano foi legalizado, De Klerk e Mandela receberam o Prêmio Nobel da Paz em 1993, uma nova Constituição não – racial passou a vigorar, os negros adquiriram direito ao voto e em 1994 foram realizadas as primeiras eleições multirraciais na África do Sul e Nelson Mandela se tornou presidente da África do Sul. 

O regime de segregação racial (apartheid) sul-africano, iniciado em 1948, termina oficialmente com a primeira eleição multirracial do país, em 1994. No entanto, deixa uma pesada herança no país, ainda marcado pelo "apartheid social". O padrão de vida é bastante desigual quando se trata de brancos e negros, e as taxas de criminalidade e de violência política continuam altas entre os negros. Implementado em 1994 pelo governo de Nelson Mandela o Programa de Reconstrução e Desenvolvimento tenta diversificar a economia, melhorar o sistema de habitação e educação e reduzir o desemprego, cuja taxa era de 29% da força de trabalho, em 1995. 

A África do Sul detém sozinha quase 50% da produção industrial do continente africano. Rico em recursos minerais, o país é o maior produtor mundial de ouro. Possui também grandes reservas de diamante, cromita, urânio, antimônio, platina e carvão. Juntos esses minérios respondem por 60% das exportações e 10% do PIB do país. 

O turismo é parte importante da economia sul-africana e as maiores atrações são as reservas de animais selvagens. 

FATOS HISTÓRICOS – Os europeus tomam contato com a região em 1487, quando o navegador português Bartolomeu Dias contorna o Cabo da Boa Esperança. Ponto estratégico na rota comercial para a Índia, e habitada por grupos negros de diversas etnias (bosquímanos, khoi, xhosas, zulus), a região do Cabo começa a ser povoada por imigrantes holandeses no século XVII. Lentamente, os colonos passam a considerar a região como sua pátria e adotam uma língua própria, o africâner. 

Guerra dos Bôeres – Em 1806, os ingleses tomam a Cidade do Cabo e lutam, simultaneamente, contra os nativos negros e os descendentes de holandeses (bôeres), com o objetivo de se instalar na região. Os choques levam os bôeres a emigrar maciçamente para o Nordeste (a Grande Jornada, em 1836), onde fundam duas repúblicas independentes, o Transvaal e o Estado Livre de Orange. 

A entrada de colonos ingleses em Orange e no Transvaal provoca tensões que resultam na Guerra dos Bôeres (1899-1902) e termina com a vitória dos ingleses. Os estados bôeres são anexados pela Coroa britânica e, em 1910, juntam-se às colônias do Cabo e de Natal para constituir a União Sul-Africana. A população bôer passa a se chamar africâner. 

Apartheid – A partir de 1911, a minoria branca, composta de ingleses e africânders, promulga uma série de leis com o objetivo de consolidar o seu poder sobre a população, majoritariamente negra. Essa política de segregação racial (apartheid, do africâner separação) é oficializada em 1948, com a chegada ao poder do Partido Nacional (PN) – a força política dominante por mais de 40 anos. 

O apartheid impede o acesso dos negros à propriedade da terra, à participação política e às profissões de melhor remuneração. Também obriga os negros a viver em áreas separadas das zonas residenciais brancas. Os casamentos mistos e as relações sexuais entre pessoas de raças diferentes tornam-se ilegais. 

A oposição ao regime do apartheid toma forma na década de 50, quando o Congresso Nacional Africano (CNA), organização negra fundada em 1912, lança campanha de desobediência civil. Em 1960, a polícia mata 67 negros que participavam de uma manifestação liderada pelo CNA em Sharpeville, uma favela situada a 80 km de Johannesburgo. O "massacre de Sharpeville" provoca marchas de protestos em todo o país. Como conseqüência, o CNA é declarado ilegal. Seu líder, Nelson Mandela, é preso em 1962 e depois condenado à prisão perpétua. 

Bantustões – Em 1961, a África do Sul obtém sua independência completa, após um plebiscito que decide por sua saída da Comunidade Britânica. Nos governos dos primeiros-ministros Hendrik Verwoerd (1958-1966) e B.J. Voster (1966-1978), a política do apartheid agrava-se. Uma série de leis aprovadas nesse período classifica e separa os negros em diversos grupos étnicos e lingüísticos, gerando um processo que desemboca, em 1971, na criação dos bantustões – dez nações tribais independentes, instaladas em uma área correspondente a 13% do território sul-africano, onde os negros são confinados. 

O domínio branco começa a enfraquecer-se com o fim do império colonial português (1975) e a queda do governo de minoria branca na Rodésia (atual Zimbábue), em 1980. Em 1984, uma revolta popular contra o apartheid leva o governo a decretar a Lei Marcial. A comunidade internacional reage: vários países decretam sanções econômicas como meio de pressão pelo fim do apartheid. 

Acuado, o presidente Pieter Botha promove reformas, mas mantém os aspectos essenciais do apartheid. Os protestos prosseguem, sempre reprimidos com violência. No mundo inteiro, ganha corpo um movimento pela libertação de Mandela. 

Fim do apartheid – Em 1987, o Partido Nacional perde votos entre os eleitores brancos, tanto à direita (Partido Conservador, para quem o governo deveria ser mais "duro" contra os negros) quanto à esquerda (Partido Democrático, que queria acelerar as reformas). Mas as mudanças significativas teriam de esperar até a posse de um novo presidente: Frederik de Klerk, que substitui Botha em 1989. Em fevereiro de 1990, Mandela é libertado e o CNA recupera a legalidade. 

De Klerk revoga leis racistas e inicia o diálogo com o CNA. Sua política, criticada pela direita, é legitimada por um plebiscito só para brancos, realizado em 1992, em que 69% dos votantes se pronunciam pelo fim do apartheid. Mas entre os negros também há resistência às negociações. O Inkhata, organização zulu, disputa com o CNA a representação política dos negros. O líder zulu, Mangosuthu Buthelezi, acusa Mandela de "traição". A disputa degenera, várias vezes, em sangrentos conflitos. 

Eleições multirraciais – Em 1993, inconformados com o avanço das reformas, líderes de 21 grupos extremistas brancos fundam a Frente Nacional Africâner (FNA), ameaçando criar um país independente no Transvaal. De Klerk, em resposta, convoca para abril de 1994 as primeiras eleições para um governo multirracial de transição. Em outubro de 1993, De Klerk e Mandela ganham o Prêmio Nobel da Paz. 

A 27 de abril de 1994, em um pleito histórico, Nelson Mandela é eleito presidente pelo CNA. O partido obtém 62,6% dos votos, conquistando 252 das 400 cadeiras da Assembléia Nacional. O CNA junta-se ao Partido Nacional, do líder De Klerk, para formar o governo de unidade nacional. Essa aliança possibilita o primeiro governo multirracial do país. 

No período entre as eleições e o final de 1995, o Parlamento sul-africano aprova dois importantes projetos. Em novembro de 1994, é a vez da Lei de Direitos sobre a Terra, restituindo as propriedades às famílias negras atingidas pela lei de 1913, que reservava 87% do território sul-africano à minoria branca e proibia os negros de possuir terras nessas áreas. 

Em junho de 1995, a Lei de Reconciliação e Promoção da Unidade Nacional é aprovada. A Comissão de Reconciliação e Verdade, estabelecida pela nova lei, investigará a era apartheid, podendo anistiar crimes políticos e estabelecer compensações às vítimas.

Nova Constituição – O ano de 1996 é marcado por mudanças no governo de unidade nacional. Em março, a África do Sul ganha o primeiro ministro das Finanças negro de sua história. Trevor Manuel, até então ministro da Indústria, Comércio e Turismo, substitui Chris Liebenderg, que renuncia por motivos pessoais. Mudança mais radical, no entanto, acontece em maio, quando todos os ministros do Partido Nacional são substituídos por simpatizantes do CNA como conseqüência da retirada do PN do governo de unidade nacional. A decisão do partido de De Klerk foi motivada por não concordar com alguns pontos da nova Constituição, aprovada em maio de 1996, e que substitui a Carta provisória, instituída em 1994. 

O documento final diz que aqueles que não possuem propriedade como resultado de leis raciais discriminatórias do passado têm o direito à restituição destas ou a uma compensação. Institui o direito à greve e garante ao estudante o direito à educação em sua própria língua. A nova Constituição só entra em vigor em 1999. A Comissão de Reconciliação e Verdade, presidida pelo arcebispo Desmond Tutu, abre sua sessão inaugural a 15 de abril. 

Namíbia 

É um país da África Meridional, onde podemos encontrar o Deserto do Namibe e do Calaari.

A população é representada principalmente por africanos que se dividem em três grupos tribais: ovambos, bosquímanos, hereros. Os brancos representam somente 15% da população que tem uma totalidade de aproximadamente 1.500.000 habitantes. 

A religião predominante é a cristã, seguida das religiões africanas. 

A economia é baseada na pecuária e principalmente na mineração, com destaque para os produtos como diamante, cobre, zinco e manganês.
Na década de 1940, a Liga das Nações estabeleceu a região da Namíbia, antiga África do Sudoeste, na administração da África do Sul. Mesmo sendo uma ação ilegal segundo a ONU, a África do Sul ficou sob o poder da região até os anos de 1980. 

Quando em 1970 a Angola do Norte conquistou a sua independência, passou a interferir na Namíbia, apoiando a Swapo, que era um movimento socialista, assim como o seu governo. 

A África do Sul, por sua vez, aumentou o seu número de soldados brancos na Namíbia e bombardeou a cidade de Luanda, capital da Angola.
Enquanto a África do Sul tinha o apoio dos EUA, a Angola foi pedir proteção à ex-URSS, que atendeu ao pedido enviando soldados cubanos para enfrentar os sul-africanos, além de fornecer ajuda das milícias. 

A Namíbia só viu o fim da intervenção politica, quando o líder soviético Mikhail Gorbachev com o apoio dos EUA impôs um compromisso entre os dois países, em que um dos acordos foi que a Angola deveria retirar as tropas cubanas, e a África do Sul deveria sair da Namíbia. 

Com isso, no ano de 1990, a Namíbia conquistou a sua independência, sendo governada pela Swapo, que se tornou um partido politico legalmente. 

Guerras Coloniais
Entre os anos de 1961 e 1974, Portugal participou de uma guerra colonial, que teve início para combater os movimentos de independência que surgiram nas colônias de Angola, Moçambique e Guiné.

O Portugal salazarista não queria perder seu império colonial, por isso são abertas várias frentes de guerra – Angola no ano de 1961, Guiné em 1963 e Moçambique em 1964 – para não permitir a independência dos países africanos.

A guerra colonial portuguesa foi alvo de rigorosas críticas, dentro e fora do país. Era um motivo de tristeza para a população, que via os seus filhos morrerem numa guerra que sem fim, e as condições de vida a piorar com o esforço financeiro para sustentar o conflito.

Mas, o regime de Salazar, e depois de Marcelo Caetano, continuava sem escutar as oposições internas e às pressões internacionais. Portugal mantinha-se "orgulhosamente só".

A guerra colonial teve fim no ano de 1974, com a revolução de 25 de Abril. A própria revolução foi fruto de tristeza de alguns setores das Forças Armadas com o prolongar sem fim de uma guerra que estava condenada à derrota. 

Angola 
 
Angola é o país que mais se envolveu em guerras durante o século XX.

Até 1975 Angola era uma colonia portuguesa, ano em que conquistou a sua independência depois de uma guerra de quase 15 anos. A partir daí, o país viveu um período sucessivo de guerras, até o ano de 2002, quando os representantes do governo de Angola e da Unita assinaram um acordo de cessar-fogo. 

A partir daí, o governo angolano iniciou um processo de recontrução do país que foi arruinado pela guerra. 

Passando por todos esses conflitos, o país ficou destruído, principalmente no setor econômico. O PIB do país caiu consideravelmente durante 1996 a 1999. 

Apesar do país ser rico em recursos minerais, possuindo grandes minas de diamantes e jazidas de petróleo, a população de Angola tem uma vida extremamente precária. 

A população é etnicamente diversificada, representada por negros africanos, brancos e mulatos. 

Moçambique 

Guerra de Independência de Moçambique 

No ano de 1960, em Mueda, os habitantes organizaram uma protestação pelo agravamento fiscal. 

O exército português reagiu, massacrando os protestantes. A destruição de Mueda, provocou a luta pela independência, e o movimento de libertação moçambicano começou a aumentar tendo a ajuda de Tanzânia. 

No ano de 1962, foi fundada a Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), pelo Edoardo Mondlane, que iniciou a luta armada pela libertação e independência nacional de Moçambique. 

No ano de 1966, foi libertada uma grande quantidade de regiões das províncias setentrionais. 

Após a morte de Edoardo Mondlane, no ano de 1969, Samora Machel assumiu a presidência da Frelimo, e ampliou a luta pela libertação nacional à parte meridional do país. 

A guerra finalizou-se em Setembro de 1974, após a assinatura dos “Acordos de Lusaka”. Nesse período foi firmado um governo temporário formado por representantes da FRELIMO e do governo português, e no dia 25 de Junho de 1975, foi proclamada oficialmente a independência nacional de Moçambique. 

A Frelimo lançou uma política de reformas radicais: a propriedade da terra foi substituída por feitorias estatais e pelas cooperativas; as empresas foram nacionalizadas; as profissões liberais foram extinguidas. Porém, o programa socialista da Frelimo se revelou irrealista, e em 1983 Moçambique foi imponderado numa profunda crise econômica, agravada pela seca e pelas tentativas de destabilização da África do Sul e dos proprietários portugueses, obrigados a deixar o país depois da independência. 

A partir da década de 1990, a Frelimo deixa de seguir o socialismo, estabelecendo a economia de mercado, legitimando partidos, e assinando um acordo de paz com a Renamo – Resistência Nacional Moçambicana em 1992, findando a guerra civil. 

A guerra civil de Moçambique deixou uma herança penosa no país, que são as minas terrestres ativadas, que dificultam a reforma da economia. 

Sudão 

É o maior país do continente africano, com uma área de 2.505.810 km. Sua capital é a cidade de Cartum. Está localizado no Norte da África, contornando o Mar Vermelho. Sua população estima-se em 40.218.455 de habitantes. 

“Desde a independência do Reino Unido, em 1956, regimes militares com orientação islâmica dominam a política nacional. 

No século XX, os sudaneses enfrentaram longas duas guerras civis, ambas ligadas à dominação econômica, política e social da porção norte em relação ao sul, de maioria não-muçulmana e não-árabe. 

Muitas rodadas de negociação pela paz ocorreram entre 2002 e 2004, com a assinatura de diversos acordos. Em janeiro de 2005, o chamado Acordo de Paz Abrangente entre o Norte e o Sul concedeu autonomia aos rebeldes do sul por seis anos. Depois disso, um referendo sobre a eventual independência seria agendado. 

Desde 2003, o Sudão vive um conflito paralelo, na região de Darfur, que já foi classificado como genocídio –de árabes contra negros. 

Em dezembro de 2007, a ONU (Organização das Nações Unidas) iniciou uma operação de paz no país.” 

Folha On Line – 26/08/2008