1O uso do hífen está ligado às complementações semânticas. Entenda os casos em que ele pode ser usado:

Substantivo composto
Palavra formada por derivação prefixal
Locução
Colocações pronominais
Divisões silábicas e translineações
Encadeamento vocabular

Substantivo composto: quando há justaposição. As novas regras ortográficas afirmam que o hífen está mantido nas palavras com justaposição sem elemento de ligação, ou cujo elemento forma uma unidade que tem significado próprio.

Confira os exemplos: matéria-prima, arco-íris, decreto-lei, ano-luz, guarda-chuva, segunda-feira.

Outra regra também foi lançada para topônimo, iniciado por grã, grão ou forma verbal. Você também já deve ter observado o hífen em alguns nomes de espécie zoológica ou botânica, palavra formada por advérbio bem e mal, termos formados por além, aquém, recém e sem.

Topônimo: Grã-Bretanha, Grão-Pará, Passa-Quatro.
Espécie botânica e zoológica: bem-te-vi, erva-doce, andorinha-do-mar, capim-açu.
Palavra com advérbios mal e bem: mal-estar; bem-estar; mal-humorado; bem-humorado.
Palavra com além, aquém, recém e sem: recém-nascido, além-fronteiras, sem-vergonha.

É importante ressaltar que em algumas palavras composta por justaposição houve retirada do hífen. Exemplos: girassol, madressilva, paraquedas, paraquedista, paraquedismo.

Derivação prefixal

2O Novo Acordo Ortográfico diz que o hífen é deve ser usado quando o prefixo/elemento não autônomo/falso prefixo terminar com a mesma letra que começar a segunda palavra. Ou ainda quando a palavra seguinte começar com h.

Palavra seguinte com a mesma letra: micro-organismo, micro-ondas, contra-ataque, contra-atacante, anti-inflamatório, sobre-exaltar, sobre-erguer, extra-amazônico, extra-alcance.

Palavra seguinte com h: micro-história, contra-habitual, anti-higiênico, sobre-humano, extra-humano, extra-hospitalar.

Observe que em todos os casos o prefixo foi colocado junto à palavra que já existia. Na formação em que o prefixo terminar em vogal, a palavra seguinte começará com dois tipos de consoantes: r ou s, que inclusive serão duplicadas.

Exemplificando melhor o que foi dito acima: microbiologista, micronutriente, anticoncepcional, contracheque, contraproposta, sobrenome, sobrenatural, sobremesa, sobreaviso, extrajudicial, extragalático, extranormal.

Com duplicação de consoantes: microrregião, microssegundo, antissocial, antirrugas, contrassenso, contrarreforma,…

Casos específicos

Quando houver prefixo sob- e sub-, além do h e do b, também deve ser usado o hífen quando a palavra seguinte começar com a letra r.

Alguns casos: sub-bibliotecário, sub-base, sub-região, sub-reino, …

Se o prefixo for “co-“, o hífen deverá ser usado somente se a palavra seguinte for iniciada com “h”. Nos demais casos, o prefixo ficará próximo da palavra existente, mesmo se a palavra seguinte começar com a mesma letra que termina o prefixo.

Exemplos: cooperar, coordenar, coadjuvar, coprodutor, copiloto.

A palavra coabitar não está inclusa nesta regra.

Nos seguintes prefixos: pró-, pós- e pré- o hífen só será usado quando o vocábulo for tônico e autônomo da segunda palavra. É o caso de pós-graduação, pré-fabricado, pró-vida.

Já com os prefixos: pro-, pos- e pre- agindo como átono e não sendo autônomo da segunda palavra, não deve ser usado o hífen. Haverá aglutinação do prefixo com o elemento seguinte e a formação de uma nova palavra.

Exemplos: predeterminar, pospor, propor, prever.

O prefixo circum- e pan- pede hífen se a palavra seguinte conter vogal, m, n ou h.

Exemplos: circum-navegação, pan-americano, circum-murado,…

Com ex-, vice-, vizo-, soto- e sota- se o hífen sempre será utilizado.

Exemplos: ex-diretor, vice-presidente, vizo-rei, soto-mestre,…

Locuções

Com significado próprio e já consagrada pelos usos, permite-se o hífen nos seguintes casos: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará e à queima-roupa.

Já nas locuções substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais não se permite a colocação do hífen.

Exemplos: dia a dia, fim de semana, sala de jantar, cão de guarda, cor de vinho, café com leite, à toa, à vontade, …

Colocação pronominal

Para ligar pronomes pessoais oblíquos átonos aos verbos, gerando a colocação pronominal em mesóclise (intercalada no meio do verbo) e ênclise (depois do verbo). Pronomes oblíquos átonos: me, te, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes.

Exemplos:

oferecer-nos-ão (mesóclise);
oferecer-te-emos (mesóclise);
ofereceram-me (ênclise);
ofereci-lhe (ênclise).

Hífen na divisão silábica e translineação

Na divisão silábica e na translineação. Nesta última, o hífen deve ser escrito ao final da linha, antes da mudança das sílabas restantes da palavra para a linha seguinte. Se for uma palavra hifenizada e com final coincidente com o hífen, ele deve se repetir no início da linha seguinte.

Entenda como funcionam as divisões silábicas destes casos:

mar-ga-ri-da;
tro-vo-a-da;
ca-ri-nho;
hi-po-té-ti-co.

Exemplos de translineação:

al-
moço;
corte-
sia;
disseram-
-me;
couve-
-flor.

Encadeamentos vocabulares

É o caso de ponte Rio-Niterói, a rodovia Rio-Santos, a divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade, a ponte aérea São Paulo-Manaus,…

O hífen não deve ser confundido com o travessão. O travessão é um sinal de pontuação mais longo que o hífen, sendo que este último funciona como sinal gráfico complementar.