A luta sempre foi um espaço destinado para pessoas tidas como grandes heróis nacionais. Pois, estes homens são tratados dessa forma porque simbolizam o que as pessoas costumam e gostam de ver e se imaginar. Pessoas fortes, submetidas a um ringue, derrotando uma adversidade muitas vezes desconhecida.

Não é à toa que o UFC é um grande evento para os brasileiros atualmente. Estão no ringue, pessoas que podem personificar simbolicamente a luta diária, homens que se preparam para grandes batalhas. Homens que além da capacidade de comoção por identificação, ainda conseguem levar o nome do país a outras localidades.

E sempre foi dessa maneira. No Brasil, por exemplo, não é algo novo. Se recentemente temos, Anderson Silva, José Aldo, Vitor Belfort, Junior Cigano, entre outros lutadores na lista dos maiores do evento. Um dia já tivemos Wanderlei Silva e Minotauro em torneios japoneses.

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Soma-se também a esses lutadores brasileiros homens do boxe, como Maguila e mais recentemente Popó. Em todas as culturais e países, existem representantes de lutadores tidos como heróis pelas pessoas e isso independe de modalidade ou forma de luta desses profissionais da força.

E no México, a cultura local transformou os homens da luta livre em heróis nacionais. A prática é extremamente antiga e até hoje faz muito sucesso. Esse tipo de modalidade se tornou um símbolo nacional que se expandiu para fora do país. E isso graças a algumas personalidades fundamentais.

E El Santo é um herói nacional.

El Santo, o mascarado prateado

Rodolfo Guzman Huerta nasceu na Cidade do México em 1917. Cresceu em Tepito, um bairro violento, onde inclusive foram criados também outros grandes boxeadores. Foi lá que Guzman teve o seu primeiro contado com a luta livre. Quando mais jovem usou outros apelidos, como Homem Vermelho ou o Demônio Negro.

Por influência de seu treinador, na época, Guzman se juntou a um grupo de lutadores que vestiam roupas prateadas e mudou de nome. Foi nesse momento que se tornou o mascarado prateado, El Santo.

A sua carreira meteórica ultrapassou a barreira dos ringues. Pois, não bastou apenas vencer os seus oponentes, o lutador também virou herói nacional pelos 54 quatro filmes que estrelou. Se transformou numa espécie de super homem e invencível mexicano.

Nos filmes, viajava por aí, de peito nu e com um carro branco conversível. Matava múmias, zumbia e vampiros.

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A relação com a luta livre

O ícone mexicano assistiu e participou do crescimento do esporte no país. Pois, aluta se popularizou em 1933. Quem o conhecia dizia que tamanho era o seu vício e paixão pela modalidade que nunca deixou de ir a uma sessão.

Nos anos cinquenta se torna ícone também aparecendo em diversos quadrinhos.

E se o grande mistério dos lutadores da luta livre é a sua identidade, estes são mascarados e não mostram o rosto. Foi em 1982, quando desafiando e para mostrar que não estava velho, que El Santo mostrou o seu rosto pela primeira vez em um programa de televisão.

El Santo morreu em 1984, aos 66 anos e três dias após ter mostrado o rosto pela terceira vez em um programa de televisão. Mas, o deixou um legado seguido pelo O Filho do Santo e o neto, conhecido como El Santo Junior.