Augusto dos anjos (Engenho Pau D’arco, Paraíba, 1884 – Leopoldina, MG, 1914). 
Nascido no dia 20 de Abril de 1884, Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos, era um poeta brasileiro, conhecido como simbolista ou parnasiano, mas alguns críticos consideravam-no pré-moderno. Foi considerado um poeta muito crítico.

Obra: 
• Eu – 1912; 

Reedição: 

• Eu e outras poesias -1919. 

Vejamos alguns fragmentos de seus poemas:

PSICOLOGIA DE UM VENCIDO. 
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Produndissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância…
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
O Prazer para Augusto dos Anjos era repugnante, ou seja, era mostrado por ele como um instinto, não existia o maor humano, segundo ele, tudo era “uma luta de células” , “a vida carne – a vida corrupção”

“As minhas roupas, quero até rompê-las!
Quero, arrancando das prisões carnais,
Viver na luz dos astros imortais,
Abraçado com todas as estrelas”

Versos Íntimos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!